Os dois brasileiros que tentaram assaltar uma agência bancária na quarta em Lisboa, Portugal, são mineiros. Um, de 23 anos, é da cidade de Coronel Fabriciano. Outro, de 32, de Montes Claros. A informação é da BBC Brasil.
Até este momento, as autoridades portuguesas não divulgaram o nome dos dois, sob o argumento de que se trata de segredo de Justiça e de respeito às famílias dos brasileiros.
Quem morreu atingido por um tiro da polícia foi o de Coronel Fabriciano. Ainda não há informação em que parte do corpo ele levou um ou mais tiros do Grupo de Operações Especiais da polícia. Ele não pôde ser socorrido: morreu quase instanenamente, na agência.
O outro assaltante foi atingido por um tiro na face e no crânio e não corre risco de morte. Ele está internado no Hospital de São José, em Lisboa.
Os dois estavam clandestinamente em Portugal, onde havia chegada há cerca de três meses.
O assaltante o monte-clarense chegou a trabalhar no centro de Lisboa, como recepcionista de uma pensão. Segundo a dona de pensão, ele deixou o emprego para ganhar mais como trabalhador da construção civil. Disse que precisa de dinheiro para casar.
O rapaz que foi morto trabalhava como motorista profissional. A embaixada brasileira ainda não se manifestou oficialmente sobre o translado do corpo para o Brasil.
Estima-se que os brasileiros ilegais em Portugal sejam mais de 20 mil. A maioria deles é constituída de mão-de-obra desqualificada, como no caso desses dois mineiros. Há também muitas brasileiras que ganham a vida como prostitutas.
O cerco policial à agência bancária durou mais de oito horas. A versão oficial é que os dois assaltantes estavam se negando a continuar as negociações quando por volta das 23h20 (horário de Lisboa) eles decidiram sair da agência com dois reféns.
Para a fuga, eles pretendiam usar o Smart do gerente, apenas dois lugares, que estava no estacionamento da garagem.
Quando estavam saindo da agência, atiradores de elite da polícia receberam ordem de "neutralizar" os assaltantes, ou seja, de acertá-los.
“Avaliamos que estava em risco a vida dos reféns e decidimos neutralizá-los. Quero deixar claro que toda a nossa conduta foi de tentar garantir a vida e o bem-estar dos reféns e também dos sequestradores”, afirmou à BBC Brasil Olveira Pereira, superintendente-chefe da Polícia de Segurança Pública.
A polícia não descartou ainda a possibilidade de haver um terceiro homem que, com um carro, ficou do lado de fora da agência para facilitar a fuga.
ATUALIZAÇÃO
Neste sábado, a impresa portuguesa divulgou o nome dos brasileiros: Nilson de Sousa, 32, nascido em Montes Claros (MG), e Wellington Rodrigues Nazaré, 23, de Coronel Fabriciano. Sousa teria sido o mentor do assalto e foi quem a polícia matou.
Embora tenha sido atingido no rosto e na cabeça, Nazaré não corre risco de morte e continua hospitalizado no hospital São José, em Lisboa. A sua condição é de preso provisório. Quando melhorar, ele terá de prestar contas à justiça portuguesa.
Comentários
Estava navegando na Net e ao mesmo tempo com a Tv ligada e assisti ao vivo,em directo o que passou-se amigo.
Os assaltantes foram para porta para saírem,uns largos minutos com os reféns ficaram parados ali,e depois os tiros a matar da policia,de sniper.
Num primeiro momento dessa noite pensei que os assaltantes são os culpados desta situação...foram eles que assaltaram o banco e recusaram as negociações de rendição,brincaram com fogo e foram queimados.
Mas no dia seguinte reparei também que a policia agiu com algum excesso de força.
Talvez não havia necessidade de matar,pois eles queriam fugir,a ameaça de morte dos reféns não era imediata,compreendo que é um caso difícil e ainda mais pela perigosidade dos assaltantes,mas também reparo que a policia quis deliberadamente dar um sinal de força perante a opinião pública.
Foi também amigo,um excesso de utilização de poder da policia,ela que tanto é criticada pela ineficácia geral de combate á criminalidade,e houve igualmente uma ingenuidade dos assaltantes que julgavam que este país não haveria este comportamento...
Tem sido um assunto muito polémico aqui em Portugal,uns defendendo a acção mortífera e outros fazendo notar o que escrevi atrás.
Parabéns pela sua objectividade de publicação desta noticia.
Abraço amigo,
joao
Tenho acompanhado um pouco a discussão que se estabeleceu aí, em Portugal. De fato, a opinião pública está dividida. Percebo que os xenófobos, embora sejam minoria, aproveitaram o episódio para se extravasarem.
A situação da polícia realmente era difícil. O importante é que, no fim, os reféns saíram incólumes.
Mas a operação policial foi de alto risco, porque os tiros poderiam ter atingido também os reféns.
No Brasil, registrou-se há alguns anos um caso dramático: a polícia atirou em um bandido que tinha feito uma jovem de refém dentro de um ônibus e o tiro foi parar na cabeça dela. Depois, a polícia deu jeito de matar o seqüestrador na ambulância, quando ele estava a caminho de um hospital. Esse tipo de coisa é comum por aqui.
Pelo que li, se os assaltantes tivessem fugido de carro, como pretendiam, não iriam longe. Toda a região estava cercada de policiais e nas ruas foram colocados aqueles aparelhos que furam pneus.
A polícia portuguesa sofreu nos últimos meses grande desgaste por causa do caso do desaparecimento da menina inglesa, e o sucesso que ela obteve no salvamento dos reféns resgata-lhe um pouco de prestígio.
O ideal era ter havido um negociador hábil para convencer os assaltantes a liberarem os reféns.
Os bandidos eram uns bobalhões. Achavam que o banco tinha muito dinheiro e acreditavam que iam conseguir fugir de carro pelas ruas de Lisboa. Eles pagaram um preço alto por isso e merecido.
Depois do ocorrido, eu sei, é fácil dizer o que a polícia deveria ter feito, mas se eu estivesse no comando dos atiradores e sob tensão talvez tivesse tomado a mesma atitude: mandado atirar. (Mas eu jamais seria um policial...)
De qualquer forma, este é um daqueles casos que merecem reflexão de todos.
Abraço.
A policia Portuguesa está frágil e insegura.
Acusada de pouco fazer para debelar e combater a criminalidade galopante no país,eles não poderiam deixar sair do banco os assaltantes e serem alvo de critica e piada nacional depois pela opinião pública.
Por isso suspeito que os superiores policiais tinham a intenção de acabar e atenuar ali a situação de "insegurança" própria...
Por outro lado não sei de todas as informações,talvez não havia mesmo outra saída,pois como tem sido noticiado aqui,eles não iriam render-se de jeito nenhum e tinham intenções fatais sérias.
Mas como disse bem,os reféns sobreviveram,e os assaltantes desesperados sofreram as consequências dos seus actos.
Em relação á polémica publica,uma coisa fica-se com a sensação,que há muita gente subdesenvolvida em termos intelectuais e humanos á nossa volta...muita gente com ideias bárbaras do "olho por olho e dente por dente",que só quer vingança e violência,gente perigosa esta...
joao
Os assaltantes eram nitidamente descerebrados, primeiro porque foram assaltar uma dependência sem dinheiro, depois porque recusaram negociar com a polícia, e por último, e felizmente, vieram expor-se para a rua.
A polícia mostrou trabalho, salvaram-se quem tinha que se salvar, os dois reféns, e o resultado foram “quase” dois cadáveres. Actuação magnífica das operações especiais, e uma mostra de competência como é raro de ver por cá (porque estas situações também são raras, felizmente).
Se fico contente pela morte de um dos assaltantes? Não, não fico contente com a morte de ninguém. Se fico contente com o desfecho final? Sim, fico, não morreu mais um inocente, como é costume, e os assaltantes levaram pela medida que ele tão nitidamente estavam a pedir, devido ao seu comportamento.
Se houve uso excessivo de força, como já todos os pseudo intelectuais do croquete já fizeram questão de manifestar? Claro que sim, então eles só estavam a apontar pistolas à cabeça dos dois reféns e a ameaçar matá-los a qualquer momento, não vejo necessidade de enfiar uma bala na cabeça dos idiotas, até porque aquela gerente bancária com 3 filhos em casa não merecia sair dali viva, mais valia ter esperado que levasse um tiro e aí sim já podíamos seguir as regras da boa educação entre criminosos e polícias.
CITEI: RUI MOURA
ESTAMOS TODOS DE LUTO POIS O GILSON NÃO É PESSOA DO MAL , ELE SEMPRE FOI MUITO TRABALHADOR E FOI PARA PORTUGAL EM BUSCA DE UMA VIDA MELHOR , MAS SEMPRE FOI UM MENINO DOCE .. NÓS FAMILIARES ESTAMOS TODOS DE LUTO E IMENSAMENTO DECEPCIONADOS COM A JUSTIÇA DOS NOSSO PAIS , POIS MATARAM PESSOAS QUE PODERIAM TER SIDO PRESAS E PAGARIAM NA CADEIA
PELO CRIME COMETIDO , CLARO É MUITO FACIL MATAR UM RÉU PRIMARIO ... DIFICIL É MATAR OS QUE REALMENTE CAUSAM MAL , QUE REALMENTE TENHA A CORAGEM DE MATAR !!! SOMOS TODOS VITIMAS DOS MAIORAIS .GILSON SUA FAMILIA CHORA POR VOCÊ E POR TER SIDO CRIADA AO TEU LADO IRMÃO SEI QUE NÃO IRIA MATAR NINGUÉM E HOJE DESPEDIMOS DE VOCÊ DE MUITO LONGE ... E MUITO PERTO DO NOSSO CORAÇÃO , SAUDADES DE SUA ETERNA IRMÃ ....
Hoje eu só tenho a agradecer aqueles que estiveram ao nosso lado , amigos e parentes , que nos apoiaram e estão nos aponhando neste momento .
Obrigada (( C.F.SOUZA )) .
ass: Brasileiro que ama a sua bandeira verde, azul e amarela.
ASS.:_ UMA BRASILEIRA QUE SONHA POR UMA IDENTIDADE NACIONAL. QUEM SOMOS NOS?
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