Em documento de 39 páginas, a procuradora federal Léa Batista de Oliveira, do Ministério Público em Goiás, denunciou (acusou formalmente à Justiça) Aureo Ludovico de Paula (foto) de ter provocado a morte de pelo menos sete pacientes que foram submetidos a uma operação experimental de cura do diabetes tipo 2.
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Aureo operou o apresentador em 2009 |
Ela também acusou do CRM (Conselho Regional de Medicina) de Goiás de não ter impedido que Aureo colocasse em risco a vida de seus pacientes. A informação é da Época.
Desde novembro de 2009, a técnica da ‘interposição’ é considerada ilegal pelo CNS (Conselho Nacional de Saúde).
Aureo foi o médico que em julho de 2009 reduziu o estômago do Faustão. O apresentador da Globo perdeu cerca de 40 quilos. Aparentemente, a operação foi apenas de emagrecimento. Faustão não é diabético.
Um pouco antes, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) já tinha se submetido ao médico em um procedimento, esse sim, para debelar o diabetes. O senador emagreceu, mas não se sabe se ficou curado.
Na quinta (14), o juiz Urbano Leal Berquó Neto expediu intimação ao médico e ao CRM para que em 72 horas se manifestem sobre a acusação de “cirurgia experimental clandestina, ilegal e imoral em seres humanos”.
O Ministério Público foi acionado por Marcelo Di Rezende, advogado de supostas vítimas do médico. “São várias pessoas com a mesma queixa”, disse ele à revista.
Aureo afirmou não ter cometido nenhuma irregularidade. “O que faço não é ilegal nem experimental, mas uma revolução que já beneficiou mais de 700 pacientes. Só estão [Ministério Público] olhando para um lado da história.”
No outro lado da história está a advogada Daliana Kristel, 31, entre outros pacientes.
Em 2005, ela foi operada por Aureo para emagrecer sem saber, diz, que seria cobaia da intervenção experimental, embora não sofresse de diabetes.

Daliana move ação contra o médico com o pedido de uma indenização de R$ 10 milhões.
A Veja colocou a técnica cirúrgica de Aureo na capa de sua edição de 31 de outubro de 2007 (reprodução ao lado), apresentando-a sempre como uma “experiência” de cura da doença.
Não consta que na época o médico tenha feito à revista reparo por ela ter informado que sua técnica era experimental.
Caso do cirurgião Áureo Ludovico de Paula