Pular para o conteúdo principal

Crucifixo na escola viola liberdade religiosa, diz Corte Europeia

A Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu por unanimidade que a exposição de crucifixo – que é o símbolo da Igreja Católica -- nas escolas públicas viola o direito à liberdade religiosa.

Comunicado da Corte afirma que o crucifixo pode “causar desconforto para alunos praticantes de outras religiões ou ateus.”

Em 2002, Solile Lautise, mulher de origem finlandesa e morada na cidade italiana de Abano Terme, teve recusado um pedido feito à escola pública frequentada pelos seus filhos para que retirasse o símbolo da sala de aulas.

Ela recorreu à Justiça italiana, que arquivou a questão. Então Solile apelou à Corte Europeia, que agora deu o seu veredicto.

A Igreja Católica, o governo italiano e fiéis  conservadores reagiram com veemência. Eles temem que todas as escolas públicas sejam proibidas de exibir o crucifixo. Mas esse é um ponto sobre o qual a Corte deixou em aberto.

Tribunal Europeu anula condenação da Itália por ter crucifixo nas escolas.
março de 2011

A ministra Mariastella Gelmini, da Educação, disse que o crucifixo, antes de ser um símbolo religioso, pertence à tradição cultural do país. “Ninguém quer impor a religião católica, muito menos com o crucifixo.”

A igreja argumentou que a Itália é um país de maioria católica. O governo italiano anunciou que vai recorrer da decisão da Corte.

A Corte determinou que Solile seja indenizada em 5 mil euros, cerca de R$ 13 mil, por danos morais.
As informações são das agências internacionais.

Em SP, juíza nega pedido para a retirada do crucifixo de repartições públicas.
agosto de 2009

Religião no Estado laico.

Comentários

Lucio Ferro disse…
Este é um exemplo que deveria ser seguido aqui no Brasil.
Paulo Lopes disse…
Deu no jornal italiano La Repubblica, em 4 de novembro de 2009.

Crucifixo faz com que Ratzinger convoque de Merkel a Blair

O Papa Ratzinger teme que os valores cristãos tenham sempre mais dificuldades para se afirmar por causa de legislações e sentenças fora de sintonia com os desejados pela hierarquia eclesiática. O pronunciamento sobre o crucifixo que veio dos juízes de Estrasburgo é só a última etapa - temem além do Tibre - de uma longa partida destinada a durar, que, particularmente nos países ocidentais, está sendo disputada entre a cultura laica e a cultura católica.

E por isso, no próximo ano, Bento XVI irá convocar no Vaticano um grande encontro internacional de políticos católicos, com o declarado objetivo de relançar instâncias caras à Igreja nos programas político-administrativos (família, defesa da vida, raízes cristãs, escola, bioética).

Reservadamente, o Pontifício Conselho para os Leigos já está trabalhando na preparação do evento há muitos meses. Mas episódios como a sentença contra o crucifixo nas escolas públicas italianas - advertem no Vaticano - acabaram acelerando a organização do evento.

Ainda não foram apresentadas as datas. Sabe-se apenas que irá se tratar de um encontro de dois dias dedicado à relação entre fé, política e religião com o título "Testemunho de Cristo na comunidade política". O encontro - que deverá ocorrer na Sala Paulo VI com a presença de Bento XVI - será aberto à contribuição dos mais importantes líderes internacionais declaradamente católicos, como a alemã Angela Merkel, o britânico Tony Blair, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e a porta-voz do congresso norte-americano, Nancy Pelosi, o espanhol José María Aznar, o mexicano Felipe Calderón e muitos outros, entre os quais, naturalmente, estão os líderes dos partidos italianos católicos (Pier Ferdinando Casini, Savino Pezzotta, Clemente Mastella) ou políticos como Gianni Letta, Francesco Rutelli. É difícil imaginar que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, não seja convidado.

Na fase organizativa, o Papa quis o envolvimento dos representantes do mundo do associacionismo católico, da Acli [Associação Cristã dos Trabalhadores Italianos] à Ação Católica Italiana, da Renovação do Espírito ao Movimento Cristão de Trabalhadores, a Scienza&Vita, o órgão da Conferência Episcopal Italiana comprometido com as questões de bioética e medicina.
Anônimo disse…
Esse é um exemplo a nao ser seguido em lugar nenhum.Se fala de liberdade religiosa, mas nesse caso é uma bela mostra de intolerancia e falta de respeito a tradiçao cultural do paìs onde a grande maioria é catòlica.
Lucio Ferro disse…
Falta de respeito é impingir um instrumento de tortura a cidadãos que pagam impostos e não seguem esta religião estúpida. Será que este anônimo acima aceitaria que as instituições públicas pregassem nas paredes símbolos de outras religiões, como umbanda, espiritismo, judaísmo, hinduísmo, etc ?
Sara Rozante disse…
Oras, no Ministério da Justiça não temos uma estátua pagã?! Estamos cheios de monumentos pagãos em instituições.
Quanta hipocrisia!
Ninguém tem o direito de interferir na cultura da maioria, de qual país for.
O primeiro-ministro da Austrália em um discurso aos emigrantes muçulmanos, quando esses começaram a reclamar das leis e costumes daquele país, disse:
"Estou farto de que esta nação tenha que preocupar-se se estamos ofendendo a outras culturas ou a outros indivíduos. A maioria dos australianos acredita em Deus.
Este não é um posicionamento católico, político ou de extrema-direita. Esse é nosso direito, porque homens e mulheres cristãs, de princípios cristãos, fundaram esta nação. E esse fato é histórico. E é certamente apropriado que esse fato possa se refletir nas paredes de nossas escolas.
Se a imagem de Deus ofende à vocês, sugiro que considerem viver em outra parte do mundo, porque Deus é parte de nossa cultura. Aceitamos suas crenças (ou nesse caso, a não-crença) sem perguntar o por que. Tudo o que pedimos é que aceitem as nossas, e vivam em harmonia e desfrutem da vida em paz conosco.
Mas quando desejarem se queixar e protestar contra nossas crenças cristãs e nosso modo de vida, nós vos estimulamos a que aproveitem outra de nossas liberdades australianas: O DIREITO DE IREM EMBORA."
Acho que não preciso dizer mais nada.
Com Jesus e Maria,

Sara Rozante
P. Lobo disse…
Sara: sou brasileiro e ateu. E ai? Você vai querer me expulsar do meu país?
Sara Rozante disse…
Prezado P. Lobo,

É óbvio que não (não se apoquente). Só acho que aqueles que pedem que se retire algo que é cultural, devam ponderar.
Eu poderia muito bem entrar com um recurso para que se retirem monumentos pagãos em instituições do governo.
Mas é claro que não o farei, posto que é uma enorme perda de tempo.
Tenho certeza que muitos ateus/agnósticos sérios não estão nem aí se se tem ou não crucifixo pendurado.
Outro dia estava lendo uma matéria, em que uma professora ensinava sobre o Exú da Umbanda. Esse tipo de coisa é irrelevante para mim.
Não vejo com maus olhos essa atitude da professora. O problema não está em estudar a questão, mas sim na doutrinação religiosa.
Como diz Kugler, diretor da rede Christianophobia.eu, em uma de suas 12 teses que mostram o pensamento equivocado do tribunal:
"Pode me incomodar também, ao entrar em uma agência dos correios, ver uma fotografia do presidente federal no qual não votei. A influência, os sinais ideológicos, as presenças visuais existirão sempre e em todos os lugares."
Ou seja, exatamente o que postei no início.
Com Jesus e Maria,

Sara Rozante

Queimem todas as camisetas com o rosto de Che Guevara! rsrs
Moisés Silva disse…
Sim, os valores cristãos estão cada vez mais corrompidos, mas discordo da Sara, num estado laico não existe cultura-religião de massa. Ou seja, liberdade de escolha.
anti disse…
Se o estado é laico os simbilos religiosos em lugares publicos não fazem o menor sentido, porque as pessoas não se conformam e ter os simbolos apenas em suas casas?
Com certeza os cristãos que reclamam da retirada das cruzes não se sentiriam bem ao encontrar um simbolo umbanda em uma repartição pública ou escola.
Anônimo disse…
Eu fosse o Papa mandava mesmo retirar a imagem de Cristo de todos os sinédrios, sinagogas de satanás, bordéis onde falam estes prostitutos ventríloquos dos traficantes e barões da usura, sanquinários e estelionatários, assassinos e aborteiros, herodes, caifás, e todos os ás (inclusive a petrobras e as estatais) PORQUE TRATA-SE DE OFENSA A CRISTO...Por outro lado não sei porque a SURPRESA(!!!) Cristo não é crucificado ENTRE OS LADRÕES??? Tá no lugar certo!!!
Thiago disse…
Caríssima Sara Rozante, só posso felicita-la por essas sábias palavras. Mas não adianta tentar convencer essa gente, são xiítas empedernidos! Não é possivel entabular um dialogo razoável com essa gente não minha querida. Mas o que para o homem é impossivel, para Deus é possivel, não é mesmo?! Jesus e Maria, peço pelos que não creem, não conhecem e não esperam em Vós!

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, está veiculando em 600 outdoors do Rio uma mensagem homofóbica: “Em favor da família e preservação da espécie. Deus fez macho e fêmea”. [reprodução acima] Talvez seja a primeira campanha de outdoor feita no país contra a homossexualidade. Ele disse que, com essa mensagem, pretende “despertar o povo de Deus para a gravidade” de projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional e em Assembleias Estaduais em favor dos homossexuais. Recentemente, ao comentar a proposta da legalização da união de pessoas do mesmo sexo, ele partiu para o deboche. Disse que, se é para chancelar o vale-tudo, que se coloque também na lei a relação sexual com animais e com cadáveres. Em seu site, o pastor escreveu que “não podemos ficar de braços cruzados diante desse quadro desafiador”. REAÇÃO - atualização em 9 de outubro de 2010 Cerca de 30 pessoas dos grupos Liberdade e Gay Atitude de São Gonçalo estão manchando os outdoor

Ateu, Chico Anysio teve de enfrentar a ira de crentes