Cristiano Carvalho da Silva, 27, parou o carro e saiu rápido dele quando soube pelo seu amigo Mohammed D’Ali Santos, 20, que estavam transportando o corpo esquartejado da turista inglesa Cara Marie Burke, 17. Era domingo, 27 de julho.
Foi o que ele contou hoje ao delegado Ailton Ligório, da Delegacia de Homicídios de Goiânia.
"Ele [Silva] me disse que não queria participar daquilo, nem ver e nem saber como estava o porta-malas do carro. Ele saiu do veículo e o deixou com Mohammed (Santos)", afirmou o delegado ao portal G1.
Acrescentou: "O rapaz (Santos) resolveu contar que tinha matado a menina e que precisava esconder o corpo. Santos disse que 'inclusive eu cortei o corpo em vários pedaços e está tudo aqui no porta-malas.”
Por essa versão, Santos contou a Silva sobre o corpo a caminho de Bonfinópolis, a 30 quilômetros de Goiânia. Os bombeiros encontraram lá a cabeça, os braços e a perna esquerda da inglesa. Falta achar a perna direita.
O tronco da Cara Marie foi achado às margens de um rio da periferia de Goiana, dentro de uma mala (foto) que pertencia à turista.
Inicialmente, a polícia acreditava que um tal de Jorginho não só teria emprestado o carro a Santos como também tinha dado ajuda no transporte e ocultação do cadáver desmembrado. Essa pessoa, portanto, seria co-autora do crime.
Quem falou da existência de um ‘Jorginho’ foi o próprio Santos, mas não disse mais nada. O que é curioso: ele teve a frieza e a crueldade de matar e esquartejar uma jovem indefesa, mas tentou preservar a identidade do amigo que lhe emprestara o carro, para lhe evitar complicações.
A polícia não teve de encontrar Cristiano da Silva; foi ele que se apresentou à delegacia. Depôs hoje e vai ser interrogado de novo nos próximos dias.
O delegado Jorge Moreira, titular da delegacia, afirmou que Silva está “limpo”. “Mohammed fez tudo sozinho.”
Mas algo é estranho: se Silva sabe do crime desde do dia 27, por que não contou à polícia?
A prisão provisória de Santos tem validade de 30 dias, mas antes que o prazo se esgote a policia vai pedir a sua prisão preventiva.
A mãe de Cara Marie, Anne, quer que o corpo seja enterrado em Londres, mas é possível que haja um sepultamente provisório no Brasil até que o suspeito Mohammed Santos seja julgado. É que durante o processo judicial talvez haja necessidade da exumação do corpo.
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