Pular para o conteúdo principal

Justiça manda prender 11 militares do Exército por morte de três jovens

Como se não bastassem os policiais que se tornam bandidos quando integram milícias que achacam favelados do Rio, agora soldados do Exército se colocaram acima da lei.

Hoje, a Justiça do Rio mandou prender temporariamente os 11 militares do Exército (entre eles um tenente, três sargentos) suspeitos de envolvimento no assassinato de três jovens da favela do Morro da Providência, no domingo.

Antes de a Justiça decretar a prisão, o Comando Militar do Leste, veja só, defendeu o grupo. Disse que os jovens desacataram os militares e que a ordem foi de que eles, os moradores da favela, fossem ouvidos e liberados em seguida.

Só que, depois de detidos pelo Exército, os jovens desaparecem e os seus corpos foram encontrados em um lixão da Baixada Fluminense.

Para a polícia, os soldados do Exército entregaram os jovens a traficantes do Morro da Mineira que são rivais dos bandidos do Morro da Providência. Os três jovens estariam envolvidos com o tráfico.
O governador Sergio Cabral Filho (PMDB) chamou os 11 militares de “bandidos”.

De Berlim, Cabral disse que esses militares desonraram a farda do Exército. “Eles são apenas travestidos com a farda e devem, portanto, ser tratados como criminosos.”

Afinal, o que soldados do Exército fazem na favela do Morro da Previdência?

crivella Eles estão lá a pedido do senador e pastor da Igreja Universal Marcelo Crivella (PRB-RJ), foto, para dar segurança aos trabalhadores que reformam 780 casas que estão sendo blindadas – é uma área de tiroteio e de balas perdidas.

Essa reforma deve-se à emenda a uma Medida Provisória do Crivella, que é pré-candidato à prefeitura do Rio.

Em resumo: o Exército está a serviço das pretensões políticas de Crivella. Isso explica em parte a declaração irada de hoje do governador Sérgio Cabral, adversário do senador.

Como o alto comando do Exército não se dignou a manter a tropa longe do jogo político, deu no que deu. Agora que arque com as conseqüências.

Para Wadih Damous, presidente OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil), é inaceitável que o Exército seja usado como segurança de um projeto eleitoreiro.

Outra coisa: em vez de acabar com a violência no Morro da Previdência, o governo (no caso, o federal) e o Crivella preferiram a solução mais fácil e bizarra: blindar casas, como se as pessoas não saíssem às ruas.

ATUALIZAÇÃO

Três dos 11 militares presos confessaram que entregaram os jovens a traficantes rivais, informa a Reuters. Um dos militares é o tenente. Até agora, não foi revelado o nome de num dos 11, o que não seria um procedimento normal da polícia caso os envolvidos fossem civis.

Comentários

João disse…
Paulo,

Uma situação de crise geral,em que tudo acontece,já não há lei e direitos,segurança e credibilidade.
Tudo junto num jogo sujo,num caos,num lodo em que todos afundam-se...é assim o que sente-se no ar no Rio.
E se ainda não chegou-se a esse desastre,está-se encaminhando para a anarquia.

Está fora do controle o Rio não é amigo?

Espero que só seja imaginação a minha...

Abraço,
joao

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Jesus não é mencionado por nenhum escritor de sua época, diz historiador

Após décadas desestruturando famílias, TJs agora querem aproximação com desassociados

'Sou a Teresa, fui pastora da Metodista e agora sou ateia'

Pastor Lucinho organiza milícia para atacar festa de umbanda

Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou militante ateísta

'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.