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Pai e madrasta de Isabella no Fantástico: “Somos inocentes”


Em uma longa entrevista ao Fantástico deste domingo, Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, madrasta, foto, afirmaram que não mataram a menina: “Somos totalmente inocentes”.

Foi a primeira vez que os dois deram uma entrevista. Ela foi gravada um pouco antes, na tarde do domingo. Para falar com o repórter Valmir Salaro fizeram a exigência de que tivessem em DVD cópia da entrevista antes dela ir ao ar.

De acordo com investigações da polícia, na noite de 29 de março Isabella foi espancada, asfixiada e jogada do 6º andar do edifício do seu pai, com quem passava a cada 15 dias. A menina morava com a mãe, Ana Carolina Oliveira.

Na sexta-feira, o casal foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar). A polícia vai pedir a prisão preventiva dos dois amanhã ou, no mais tardar, até o final da semana.

Emocionados (Anna chorou quase todo o tempo), os dois mostraram-se ressentidos com o pré-julgamento da população e com maneira pela qual são mostrados na televisão.

Alexandre falou que as pessoas decidiram pela condenação sem conhecê-los. “Somos uma família como qualquer outra”, disse. “Somos apegados aos filhos.”

Com a morte da filha, falou, "a nossa vida acabou, foi destruída". Para Anna, eles estão pagando por algo que não fizeram. Queixaram-se de não poderem sair à rua, de estarem em uma prisão domiciliar.

Por três vezes, Alexandre referiu-se a sua filha como a “minha princesinha”. Disse que não consegue entender como alguém pôde matar Isabella, "menina dócil, que estava sempre sorrindo e que nos dava alegria, (...) era um tesouro de nossa vida". Fez apelo a quem possa ter pistas sobre o criminoso que use o disque-denúncia.

Ao final da entrevista, disse chorando que no enterro de Isabella fez a promessa de não sossegar enquanto não encontrar quem matou a sua filha. Falou que vai mandar fazer em seu corpo uma tatuagem com o rosto da menina.

Os dois tentaram passar a imagem de que constituem uma família feliz, que vive em harmonia. Admitiram que há apenas as discussões normais no dia-a-dia um casal. À polícia, testemunhas afirmaram que os dois tinham brigas freqüentes e ferrenhas – a última delas teria ocorrido momentos antes de a menina ser jogada pela janela.

Ambos disseram várias vezes que nunca bateram na Isabella. Anna falou que nem sequer erguia a voz com a menina e que a chamava de “minha sereia” porque ela adorava nadar na piscina do edifício. Disse que gostava de Isabella como fosse a sua filha e a menina também se dava muito bem com ela, a ponto de a ter chamado de “mamãe” por duas vezes. "Ela não dava um pingo de trabalho e eu nunca encostei o dedo nela." Garantiu ao repórter que não sentia ciúmes do relacionamento da menina com o pai. O que não bate com as informações levantadas pela polícia.

Alexandre e Anna disseram que o sonho de Isabella era morar com eles. Era "o sonho" dela.

Anna falou que foi "terrível" a semana em que esteve presa e que sentiu a falta de seus dois filhos, Petro e Cauã. Ela teme voltar para a prisão.

Os dois pouco falaram das provas levantadas pela polícia. Disseram não acreditar na existência de manchas de sangue de Isabella no carro de Alexandre. "Ninguém se machucou no carro. As três crianças vieram dormindo", disse Anna. Negou que tivesse usado uma fralda para limpar sangue do rosto da menina.

O laudo que detectou as manchas de sangue na fralda e no Ford K do pai de Isabella foi determinante para que a polícia decidisse indiciar os dois. Em nenhum momento o repórter Valmir Salaro questionou com firmeza o casal. A impressão que ficou foi a de que houve um acordo com os advogados do casal para que os casal não fosse pressionado, porque, caso contrário, não haveria a entrevista.


Casal foi pouco questionado

> Vídeo completo da entrevista. (Fantástico)

> Para promotor, casal chorou mais durante entrevista à tv. (Folha)

> Polícia aponta contradição de casal. (Estadão)

> Caso Isabella.

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