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Justiça americana decide que cruz em memorial é inconstitucional

Memorial: imposição de um símbolo a todos 
A Nona Corte de Apelações dos Estados Unidos decidiu por unanimidade que a cruz de nove metros no monte Jolla La Soledad em San Diego, Califórnia, em homenagem aos soldados mortos em batalha é inconstitucional por se tratar de um símbolo religioso em propriedade do governo. 

Desde 1913, o monte teve três versões da cruz. A atual foi inaugurada em 1954 para lembrar os soldados mortos na Guerra da Coreia, tornando o local em memorial, com nomes e fotos dos veteranos também das duas guerras mundiais.

No entendimento da Corte, o uso da cruz, um símbolo cristão, para homenagear todos os veteranos exclui as famílias de outros credos. “Isso significa que o governo está tão atrelado a uma única religião, que trata o símbolo dela [a cruz] como se fosse seu, universal”, relatou a Corte em uma sentença de 47 páginas.

A decisão ocorreu após uma longa batalha judicial.

Em 1989, o veterano de guerra ateu Philip Paulson, por intermédio da União pelas Liberdades Civis e com o apoio dos seus colegas judeus, recorreu à Justiça para que San Diego removesse a cruz.

Em 2008, o juiz distrital Larry Burns Alan sentenciou que a cruz, além de expressar um credo, é um símbolo da cultura americana e, por isso, a sua presença no memorial não fere o artigo da Constituição que separa o Estado da Igreja.

Paulson apelou da sentença, e agora a Corte anulou a decisão de Alan. “O Tribunal Distrital errou ao considerar que o memorial não é sectário”, sentenciou o relator do caso.

“Os veteranos de guerra podem e devem ser homenageados, mas não sob a égide de uma religião.”

Com informação da CNN e, incluindo a foto, do Los Angeles Times.

dezembro de 2010

Comentários

Anônimo disse…
É muita ingenuidade acharmos que países que possuem forte dominância de uma religião específica.
E que na constituição estão declarados como laicos; como o Brasil.
Vão agir com imparcialidade no quesito secular.
Um dos maiores absurdos para nosso país "laico", são os dizeres "deus seja louvado" nas cédulas.
Porque não colocar?!
Alá seja louvado.
Ogum seja louvado.
Krishna seja louvado.
etc...
Ou melhor ainda, NADA!
Anônimo disse…
A cruz é o simbolo do cristão; em um mundo materialista como o nosso, falar de Jesus ou ser cristão está cada vez mais difícil. Pra que tirar a cruz, coloque também outros simbolos de outras denominçoes religiosas no local.
Bem, se for para colocar o símbolo das religiões de cada um dos soldados mortos até hoje, haveria muito símbolo para pouca montanha -- e todos sabemos que quando você coloca objetos demais em um espaço a influência individual de cada um deles é anulada. A cruz sozinha funciona como símbolo cristão, a cruz perdida no meio de um monte de outros símbolos (a Estrela de Davi judaica, a suástica budista, o crescente islâmico, o ideograma shintô, a roda de Asoka hinduísta e sabe-se lá quantos símbolos mais) resultaria em algo ilegível ou até numa mensagem oposta: de que tudo nada mais é do que um monte de símbolos sem sentido.
Anônimo disse…
"tudo nada mais é do que um monte de símbolos sem sentido. "

São o que são, não tenm como mudar... são inúteis mesmo...

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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