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Caso Abdelmassih: a nova Escola Base?

por Gustavo Ioschpe (foto), para a Folha

489635 Em 1984 , nos EUA, o carpinteiro John Stoll foi acusado de molestar sexualmente seis crianças.
 
As acusações: Stoll e mais dois homens faziam as crianças posar nuas e depois as estupravam, enquanto sua mulher fazia sexo com o próprio filho.

As crianças testemunharam no julgamento e confirmaram todas as acusações. Stoll e seus comparsas foram condenados a penas de até 40 anos.

Caso encerrado. Só havia um problema: era tudo mentira.

As crianças inventaram a história, estimuladas por policiais e promotores sedentos por uma condenação.

Quase 20 anos depois, as "vítimas" voltaram ao tribunal, dessa vez para admitir que não houve abuso.

Stoll foi solto, depois de quase duas décadas encarcerado. Sua mãe morreu enquanto o filho estava preso, seu casamento acabou, a carreira, idem.

O caso teve notoriedade pois o embuste foi revelado. Mas basta um conhecimento superficial de psicologia forense para saber que deve haver milhares de pessoas injustamente condenadas devido à junção de quatro vieses correlatos da mente humana.

Primeiro, sabe-se que nossa memória é bem menos confiável do que imaginamos e pode ser profundamente influenciada por eventos ocorridos quando a memória é formada e pela maneira como ela é recuperada.

Segundo: nosso respeito, beirando a submissão, por autoridades.

O terceiro problema é o desejo de agradar e de pertencer. A maioria das pessoas não gosta de ser do contra, de decepcionar os outros. É frequente que testemunhas digam o que acreditam que o interlocutor quer ouvir -ainda mais quando esse interlocutor é um representante do Judiciário.

Finalmente, damos grande valor a um testemunho ocular. Se alguém lhe disser, com convicção, que viu fulano fazendo isso ou aquilo, provavelmente você acreditará. Acreditamos na bondade e na acuidade alheias.

Junte esses quatro fatores e veja como é difícil a absolvição de um réu quando a Promotoria está convencida da sua culpa e tem testemunhas para confirmar sua história.

O enredo se repete amiúde. Um crime hediondo é revelado. Suspeitos são rapidamente apontados. Testemunhas aparecem. Surge um furor coletivo pela punição dos suspeitos. O clima de linchamento propicia o surgimento de novos testemunhos, cada vez mais detalhados e terríveis. O direito de defesa é suprimido, as vozes dissonantes, sufocadas.

O Brasil já viveu caso assim, em 1994, no episódio da Escola Base. Donos e funcionários foram acusados de estuprar alunos. Os envolvidos tiveram suas vidas destruídas. A escola foi depredada e fechada. Um programa de TV pediu pena de morte aos "pedófilos". Anos depois, a investigação foi concluída e o casal foi inocentado.

Não havia evidência do crime. Mas era tarde. O dano já havia sido feito.

Hoje a história se repete com o dr. Roger Abdelmassih. Dezenas de testemunhas atestando os abusos sexuais do médico. O mesmo furor. Capas de jornais e revistas, matérias na TV: um escroque de última categoria.

O Judiciário vai mais longe e o coloca em prisão preventiva. O conselho de medicina suspende sua licença.

Não sei qual será o desfecho dessa história. Tampouco sei se o dr. Abdelmassih cometeu os crimes que lhe são imputados. Não ficarei surpreso se todas as acusações forem verdadeiras.

Acredito que os picaretas, pulhas e psicopatas são distribuídos aleatoriamente dentre todas as profissões. Não conheço as supostas vítimas, mas seria improvável que tantas mulheres acusassem um homem de um mesmo crime sem ter razão para isso.

Por outro lado, tampouco me surpreenderia se o dr. Abdelmassih fosse inocente. As 56 acusadoras não são nem 0,2% das pacientes que ele atendeu. Se fosse o predador sexual que pintam, imagino que o número de vítimas seria maior. Também é estranho que tenham demorado tantos anos para acusá-lo e tenham prosseguido o tratamento depois do abuso.

Mas por que essas mulheres viriam agora a público se fosse tudo mentira?

É possível que algumas tenham falsas memórias, que outras sejam aproveitadoras e que outras tenham sido estimuladas por promotores sôfregos. É improvável. Mas é possível.

E o sistema Judiciário brasileiro respeita uma premissa básica dos sistemas republicanos: todo cidadão é inocente até prova em contrário. Essa é uma garantia fundamental do Estado de Direito, sem a qual todo e qualquer cidadão está sujeito à arbitrariedade. A supressão desses direitos individuais é ao mesmo tempo sintoma e prenúncio de uma sociedade que resvala rumo ao autoritarismo.

Não quero defender o dr. Abdelmassih. Se for culpado de um terço do que lhe acusam, é um torpe. Mas quero, sim, reivindicar o direito de defesa e de liberdade desse e de qualquer cidadão, acusado de qualquer crime, até sua condenação, a não ser em casos de possibilidade de fuga ou quando a liberdade do réu representa perigo.

A mídia deveria tratá-lo como réu, não como condenado. O lugar de seu julgamento é um tribunal, não a praça pública. O Estado foi criado para garantir o usufruto das liberdades individuais. Como disse o jurista inglês William Blackstone (1723-1780): é melhor que 10 culpados escapem do que 1 inocente sofra.

Fico consternado de pensar na possibilidade de que estejamos sujeitos a ataques sexuais daqueles a quem confiamos nossa saúde. Mas fico mais preocupado ainda de saber que nossa liberdade e dignidade podem ser arbitrariamente confiscadas por quem deveria salvaguardá-las. Se hoje nossa Constituição não valer para um estuprador ou um assassino, amanhã não valerá para ninguém.

Gustavo Ioschpe, 32, é mestre em desenvolvimento econômico pela Universidade Yale e articulista da Veja.

> 'Resposta a um defensor dissimulado do monstro de jaleco', por Teresa Cordioli, setembro de 2009

> Caso Roger Abdelmassih.

Comentários

Anônimo disse…
É logo se vê que este senhor acima, homem, é mestre em desenvolvimento economico... parece não entender de outro assunto. Deveria saber da história da escola Base, pois o delegado do caso recebeu as denuncias de 06 duzia de pais e sem mesmo INVESTIGAR o que havia ocorrido, chamou a midia, que sabemos ser o quarto poder, e divulgou a todos que os donos da escola eram tarados e pedófilos... obviamente a midia divulgou tbem sem ter certeza e... a escola foi depredada. Hoje este delegado ainda espera seu processo, sim, ele foi processado pelos donos da escola mas, o caso do ex médico é BEEEEM diferente. Não são só 56 mulheres... são mais de 80 até agora e eu mesma, vitima dele tive contato a pouco tempo com 03 vitimas dele e que não querem depor por causa de seus MARIDOS, estes que devem ser muito parecidos com o SR Gustavo Ioschpe. Eu não fui influenciada pelos promotores, e se continuei o tratamento após o assédio foi porque o meu CONTRATO era com a Clinica do ex- médico e não somente com ELE. E mais, hoje as mulheres perderam o medo de homens nojentos e que se acham poderosos, nós temos até leis ( lei maria da Penha) que nos protege de crimes muito cometidos por estes seres despreziveis e temos coragem de denunciar. Grata, HELENA LEARDINI.
Anônimo disse…
Gustavo Ioschpe faz uma defesa disfarçada e desonesta do dr. Roger. Confunde fatos completamente diferentes para repetir os velhos argumentos do médico: desqualificar os promotores e levantar suspeita sobre as "motivações" das denunciantes.

Me dá asco ver argumentos como "falsas memórias" e "aproveitadoras" num pretenso artigo neutro. Realmente, o dr. Roger, consegui juntar um antro de sórdidos em seu redor.

E o que é pior: seus defensores tentam clamuflar suas intensões de maneira covarde. A defesa é envergonhada, cínica.

Mais uma vez, meu respeito a todas as vítimas. Vocês estão com a verdade e a justiça.
Anônimo disse…
Sr. Gustavo Ioschpe, Parabéns. Parabéns por sua imparcialidade,por sua capacidade de discernimento, e por conseguir expor com clareza suas idéias. Acho que as pessoas,em geral, estão perdendo essas características, até mesmo as que mais deveriam dar os exemplos.
Anônimo disse…
Este Sr Gustavo de 32 anos esta parecendo um politico mineiro . Em cima do muro hora dizendo se ele tiver culpa ou se ele e inocente .

Ao mesmo tempo ataca as vitimas como mulheres gananciosas embusca de um lucro e de falsas acusacoes de estrupo.

Sera que este Sr tem mae , irma ou filha ou mesma uma parente (Tia , prima ) que tenha passado por uma situacao desta .

O tempo que foi demorado em aparecer foi o escudo de defesa do medico monstro atras de famosaos e uma media constante das sua proesas .
Este julgamento meu caro gustavo em praca publica sera duas vezes penoso para as vitimas e seus familiares pois todas ficaram expostas a Deus dara .

Espero que O Sr Gustavo na proxima ida a seu urologista nao sofra a humilhacao quanto fizer o exame de prosta . E assim fique sem chance de se queixar pois pensaram que ele vai querer se aproveitar para tirar uma grana deste medico .

Uma pessoa com 32 anos se achando por ter um degree de uma faculdade americana me choca em escrever tamanha baboseira .
Anônimo disse…
Concordo. A constituição e as lei penais, antes de mais nada, precisam ser respeitadas. E isso certamente não está sendo feito, não há risco de fuga, nem mesmo prejuízo para a produção das provas, nada justifica a manutenção da prisão.
Anônimo disse…
Matéria paga? Quero crer que não, mas provavelmente a opinião do texto sim!

Lamentável a ilação que o Sr. Gustavo faz entre a Escola Base e o caso Roger Abdelmassh!

Sua formação acadêmica pode ter lhe conferido o título de mestre em desenvolvimento econômico, todavia demonstrou deficiência intelectual em sua infeliz comparação, tanto que a parcialidade já é cabalmente demonstrada na comparação feita no título de seu texto.

Notem! O recado que o Sr. Gustavo pretendeu passar através do texto e, em suas próprias palavras: "a mídia deveria trata-lo como réu, não como condenado. O lugar de seu julgamento é o tribunal, não a praça pública.", mais adiante, que a Constituição esta sendo desrespeitada.

Imagino que o Sr. Gustavo não tenha encontrado tempo para inteirar-se a respeito dos fatos, visto que o amplo e irrestrito direito à defesa do acusado esta sendo exercida por seus advogados, através do contraditório.

Lembro também ao "mestre em desenvolvimento econômico???" que o caso só emergiu, porque alguns poucos da imprensa ficaram imparcialmente sensibilizados com a robustez/qualidade das denúncias, insuspeita e credibilidade das denunciantes, bem como pela quantidade de vítimas. Logo após, a imprensa em geral simplesmente rendeu-se aos fatos, que ora é contestada, e de forma injustificada, por suas palavras.

A Policia , Ministério Público e Justiça estão realizando seus trabalhos pautados pela Constituição e Leis pertinentes ao caso, contudo o Sr. omite intencionalmente em seu texto. Sim! Porque o que vale para o cidadão comum, vale para o Sr. Abdelmassih. Ou a biografia do mesmo o torna imune?

Embora o Sr. procure dissimuladamente demonstrar preocupação com o respeito as Leis, à sua intenção é “esticar a Lei” em favor do acusado, já que a mesma esta sendo seguida à regra. Reformo. O que vale para Chico, vale para Francisco!

Enfim, ao utilizar o velho jargão jurídico de que: “todo cidadão é inocente até prova em contrário”, vc demonstrou que isto só vale para o acusado, pois, denunciantes e Ministério Público já foram antecipadamente desqualificados através de seus comentários.

Penso e acredito que o teor de suas palavras, é tão somente na defesa do acusado, mesmo que para isso tenha que colocar em cheque a lisura dos membros do Ministério Público, credibilidade das denunciantes e boca larga da imprensa.

Seus comentários materializam a vontade dos que dão ao caso uma conotação pessoal de caráter ideológico em favor do acusado, ao contrário do aspecto jurídico-criminal, que é o que esta de fato em jogo.

Portanto, ao mestre de desenvolvimento econômico e “devoto de Albdelmassih”, da próxima, prepare-se, ou cale-se!
Anônimo disse…
Anônimo das 18:05, ou você se faz ignorante,fazedo de conta que não entendeu o Artigo, ou quer induzir as pessoas a um falso entendimento. Acho que realmente aqui vale a sua frase feita "O que vale para Chico, vale para Francisco". Concordo inteiramente com você, pois se estivesse de fato acontecendo isso, o Dr. Roger não estaria preso. No caso, o Chico poderia não ter tanta notoriedade, saber científivo, etc., e portanto, não seria tão visado. Não percebe que é justamente isso que não está acontecendo??????
Anônimo disse…
Trata-se de uma opinião ,o que os olhos não vê o coração não sente! Comparar isso? Vale sim , mais é mais uma opinião dele que está longe , acredito em matéria plantada também desespero , vamos ans evidências e se defender delas são 65 pessoas , pessoas com traumas e com cicatrizes profuntadas!

Isso é um direito de todos falar e de tentar justificar as denúncias, mais conhecer as pessoas e suas almas são fortes evidências!
retratadas de profunda dor , isso é forte!
Anônimo disse…
Nunca ouvi falar desse tal Gustavo... Quem é esse cara?

Realmente a defesa (camufladinha.......) do Roger está mal......

Tão inventando até articulistas de aluguel.
Anônimo disse…
Anônimo das 20:46 h, vocês (que se acham o suprasumo da verdade e da justiça) é que não admitem opinião divergente. E pregam tanto a democracia.............
Anônimo disse…
Argumenta bem, fala bem, escreve bem. Mas não passa disso! Está óbvio que faz a defesa do ex médico Roger Abdelmassih. Não passa de pura conversa fiada. Fato.
Cris disse…
Parabéns a vc Gustavo que descreveu muito sabiamente as dúvidas de nós leitores. Você não está em cima do muro como disse o leigo a cima, vc apenas reflete nossas dúvidas, ora acredita ora não acredita, o que é comum num caso desses. Quem somos nós para afirmar culpado ou inocente alguém? se fossemos vitimas podeiamos afirmar, mas como leitores sabemos que tudo é possivel, tanto a culpa como a inoocencia. Meus parabéns!!!
Anônimo disse…
Olá! Estão fazendo de tdo para defendê-lo é claro. Alguém não acredita nas acusações mais de 50!!! A justiça está sendo feita.
Anônimo disse…
Respondendo anônimo(a)das 20:20,

Esclarecendo o óbvio, mas vamos lá!

O acusado não esta visado(sua palavra) pela sua "notoriedade comprada", muito menos por seus "questionável saber científico", MAS SIM, pela quantidade de vítimas, ilícitos continuados e diversos, conduta anti-ética entre outros.

Declarar que o mesmo continua preso, só pelo fato de: "tanta notoriedade, saber científico, etc", em meu entender, além da falta de argumentos convincentes de defesa, confirma o desespero de seus defensores compulsórios.

Portanto, cabe a seus renomados advogados convencerem a justiça de que não se deve privar
alguém da liberdade só por sua notoriedade,...
...aquilo que não conseguiram até o momento.

Naturalmente, vale lembrar também que acusado é acusado, Zé ou José, famoso ou não!
Anônimo disse…
A opinião do Sr. Gustavo produz efeito entre os defensores do médico, mas não condiz com a realidade dos fatos.

Propositalmente ignorou, ou sobre os quais simplesmente disconversou, quando não distorceu de maneira explícita.

A despeito dos fatos, utilizou o fundamento das Leis, quando lhe convém, quando não, as desprezou.

Acaso não tenha sido uma manifestação de desfaçatez absoluta, o que se falou esta totalmente desprovido de sustentação lógica.

Concluindo, a credibilidade das denunciantes deve ser questionada, enquanto que as provas e indicios colhidos contra o acusado, devem sem desprezadas.

Na situação atual basta algumas palavras de efeito para que os súditos do Abdelmassih abandonem temporariamente suas tocas.
Anônimo disse…
Anomina das 21:09, eu não sou o suprasumo de nada. Democrata sim. Não me importo com opiniões divergentes. Ao contrário.

O que me espanta é um artigo "isento" desmerecer e levantar dúvidas quanto a moral das denunciantes e o trabalho do ministério público e delegacia da mulher. Com argumentos acobertados pelos "mas se ele for realmente culpado... deve pagar...etc."

Se vc respeita tanto a democracia assim, ao reclamá-la, deveria respeitar a presunção da verdade de 80 mulheres que se declaram vítimas desse médico. Ou a democracia só vale para quem duvida dos seus crimes??

Eu não tenho nenhum problema em aceitar qualquer resultado deste processo depois do julgamento. Mas levantar dúvidas sobre as denunciantes ANTES DO JULGAMENTO é no mínimo postura preconceituosa e machista. Afinal, os criminosos deixam de ser criminosos só porque ainda não foram julgados??

Vou dormir...
Anônimo disse…
Caro Senhor Gustavo Ioschep, o senhor não trabalhou com esse indivíduo por vários anos, na época eu tinha 21 anos quando comecei a trabalhar naquela clínica de loucos, vi muitas coisas acontecerem mais ganhava bem, veja mais as pessoas vão amadurecendo e com o pascer do tempo fui entendendo melhor que o que esse cara fazia estava errado, me revoltei quando entendi, rapidamente me afastei, até profissionalmente era perigoso, porque meu diploma corria o risco de ser suspenso pois eu era chefe responsável na época por parte dos procedimentos daquela clínica. Vi muitas coisas erradas acontecerem lá, coisas perigosas para a saúde das pessoas você fica revoltado. Mais um recém formado que força teria contra o PODEROSO Dr. Roger Abdelmassih, acabaria sem emprego entende. Estou pensando em me apresentar ao Ministério Público não para acusar mais contar o que presenciei.A resposta para as mulheres não telo denunciado antes é simples,você não imagina o que é contar para seu esposo que foi abusada sexualmente, isso pode dar até morte. Na época presenciei o Dr. Roger apanhando dentro de sua clínica por três homens segundo o guarda que ficava na frente da casa na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio antiga clínica,falou o guarda nosso amigo fiquei sem saber o que fazer porque mesmo com a arma na mão eu não poderia ter atirado em neguem e ir preso. Esse homens quebraram a sala do Dr. Roger toda, ele ficou uma semana fuji do novamente, e não deu queixa alguma na polícia. Tem coisas que as pessoas de fora não sabem.
Anônimo disse…
Sinceramente, de uma vez por todas, "quantos por cento" de pacientes precisariam ser molestadas ou abusadas para o Sr. Gustavo considerar as denúncias cabíveis? Para mim, só o fato do artigo acima conter o trechinho "nem 0,2% das pacientes" causa náuseas.
Anônimo disse…
Lamentável. De onde saiu esse tal Gustavo ? Um anônimo que mistura histórias completamente diferentes e se põe a falar num jornal. Precisava ter tomado umas aulas antes, a fim de falar menos besteira.

Sabe o que me intriga mais ? Que as pessoas que defendem o médico publicamente, precisam sempre fazê-lo de maneira VELADA. Este artigo é ULTRA TENDENCIOSO, mas de maneira completamente velada. Já que o tal Gustavo quer defender o médico (provavelmente foi pago para isso), pq não fazê-lo de maneira aberta ? É fácil responder: VERGONHA. Diga-me com quem andas que te direi quem és.
Anônimo disse…
Anônimo das 22:20 h, concordo inteiramente com você quanto a "Naturalmente, vale lembrar também que acusado é acusado, Zé ou José, famoso ou não!". Mas parece que mais uma vez você está se fazendo de burro (ou é mesmo), pois não foi nada disso que eu disse.
Anônimo disse…
Anônimo de 25/09/09 - 11:21 h, que pena que sua capacidade de compreensão seja tão pequena, do tamanho do que você quer acreditar!
Anônimo disse…
Minhas amigas NÂO calem.E`´o preço que pagamos para sermos ouvidas.Esse montro ficou impune por 40 anos,encoberto pela influencia proveniente do marketing.Nós mulheres estamos aos poucos conquistando o nosso direito de FALAR E SERMOS OUVIDAS.E se estamos sendo ouvidas,é porque não somos molambos.Todas nós procuramos o dito papa da fiv no Brasil,e nos dispusemos a pagar pelo tratamento,sem garantias de sucesso.Assumimos o risco e o custo do tratamento em busca do sonho da maternidade.Vou mais longe;Se estamos sendo ouvidas é porque temos um nivel socio -economico diferenciado.Existem vitimas em todas as classes sociais,todas as raças e todos os credos.Também existem medicos monstros e monstros não medicos em todos os niveis.Certamente o tal Gustavo só está se pronunciando pela repercussão do caso.O numero de mulheres e crianças estupradas é muito maior no meio pobre.Quero ver o tal Gustavo defender um estuprador molambo!NÂO SE INTIMIDEM!
Anônimo disse…
Incrível, um cara com 32 anos repetindo a mesma ladainha machista e sórdida, invertendo os papeis completamente. As vítimas é que ficam sob suspeição... Toda a dúvida vai para o criminoso.

Eta mentalidade tacanha. Esse menino já é um velho conservador. Deve ser amigo dele ou do nobre ministro da justiça...
Anônimo disse…
Deu no Painel do Leitor, da Folha:

"No artigo "Caso Abdelmassih: a nova Escola Base?" (Opinião, 24/9), o senhor Gustavo Ioschpe afirma que "é possível que algumas [vítimas] tenham falsas memórias, que outras sejam aproveitadoras e que outras tenham sido estimuladas por promotores sôfregos".

Cabe repelir tal afirmação. Em longa apuração do caso em questão, o Ministério Público colheu, juntamente com a polícia, o depoimento de dezenas de vítimas e elementos de prova suficientes para que a Justiça recebesse a denúncia e decretasse a prisão preventiva do acusado.

E fez isso sem se afastar um milímetro do devido processo legal, que certamente será obedecido até o julgamento do caso pela Justiça.
A manutenção da prisão do médico acusado, após cinco recursos da defesa apreciados em diferentes instâncias judiciais, fala por si."

JOSÉ REINALDO GUIMARÃES CARNEIRO, promotor de Justiça (São Paulo, SP)

- - -

"Quero cumprimentar Gustavo Ioschpe por seu brilhante artigo. É muito gratificante ver que um jovem de 32 anos tem uma visão que muitos representantes do Judiciário deveriam ter.
Juízes e desembargadores que se acovardam diante da opinião pública deveriam ler o artigo e, após o sentimento inicial de vergonha de atitudes tomadas no sentido da maré, descumprindo o nobre juramento de ser justo, de respeitar os direitos, talvez no futuro tomassem as decisões que a dignidade de seus cargos exige.

Promotores ávidos por notoriedade, pessoas que condenam antes do julgamento, imprensa sensacionalista, todos deveriam colocar esse artigo na cabeceira de suas camas."

REINALDO PADOVANI FILHO (Assis, SP)

- - -

"É lastimável que Gustavo Ioschpe faça um texto tão superficial, sugerindo a improcedência das acusações de dezenas de mulheres ao médico Roger Abdelmassih, sem fazer a lição de casa e rever anos de pesquisa sobre violência sexual.

Do contrário, não faria afirmações do senso comum, achando estranho por que as mulheres demoraram tanto tempo para fazer a acusação da violência sexual sofrida."

LÚCIA CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE WILLIAMS, professora titular do Departamento de Psicologia da UFSCar (São Carlos, SP)
Anônimo disse…
Mais do Painel do Leitor, da Folha, agora da versão on-line.

"O artigo de Gustavo Ioschpe é no mínimo desrespeitoso para com todas as vítimas do dr. Abdelmassih. Num país onde milhares de casos de estupro e maus tratos contra a mulher nem sequer chegam a ser denunciados, a Folha presta um desserviço ao país ao dar voz a um quase defensor do médico maníaco. Ao colocar em dúvida a denúncia de 56 mulheres, o sr. Ioschpe consegue incrivelmente inverter os papéis, fazendo com que o algoz se torne vítima. Abusadores, estupradores e afins agradecem."

VAGNER CORREA (São Bernardo do Campo, SP)

- - -

"O artigo de Gustavo Ioschpe é o que acontece com muita frequência quando a imprensa e a população, mesmo não tendo provas suficientes, já condenam antecipadamente os envolvidos, o que leva os juízes a entrar na mesma sintonia. Ademais, depois de condenados pela imprensa, não tem mais volta."

MARCOS BARBOSA (Casa Branca, SP)

- - -
"Lamentável a posição do sr. Gustavo Ioschpe sobre o caso Abdelmassih, comparando-o com o episódio da Escola Base, especialmente quando diz que as 56 pacientes representam 'apenas' 0,2% do total de mulheres atendidas pelo médico. A pergunta é simples e direta: será que o sr. Gustavo Ioschpe continuaria pensando da mesma forma se entre as infelizes 56 pacientes estivessem sua mulher, irmã ou filha?"

JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)
Anônimo disse…
Para quem tem medo de condenacao do medico antes do julgamento, fiquem em paz. Sou vitima, ele e' culpado.
Celso disse…
Sr. Gustavo Ioschpe, fazemos parte dos 0,2% do total de mulheres atendidas pelo médico. Fomos vítimas das suas mãos sórdidas.

Ao contrário do que o senhor diz, nossa memória é muito boa e nossas intenções são pautadas pela dignidade e honra.

Estamos denunciando um criminoso covarde. Fazemos isso por nós e pelos nossos filhos. E como o senhor deve saber, nesta altura do campeonato, não estamos sozinhos.

Além da admirável coragem das vítimas, o Ministério Público e a polícia civil, nos deram acolhida, espaço e credibilidade na busca pela justiça.

O senhor acha 0,2% pouco. Para nós bastava uma única mulher ferida na sua dignidade e alma, que já seria o bastante para enfrentar esse crime nojento.

Lamento imensamente que o senhor tenha demonstrado, num artigo dissimulado, que a defesa do médico estuprador é tacanha, velhaca, repugnante. Com certeza, do tamanho da sua estatura moral.
Anônimo disse…
Nesse blog, não é permitido nem pelo menos um artigo que solicite a imparcialidade da justiça como o do Sr Ioschpe. Cada vez que alguem defenda o princípio jurídico de inocencuia até o transito em julgado, uma multidão de e-mails exigindo a cabeça do já julgado culpado aparecem. E duvidar das palavras das vítimas, considerando a existencia de interesses escusos não pode? O senso comum diz ser muito estranho a denúncia vários anos depois, ter continuado o tratamento com um predador sexual, e principalmente numa clínica com supervisão de anestesistas e outros profissionais da saúde. Mas não se pode duvidar das pobres vítimas. Elas sempre terão razão.
Ana Paula Silva disse…
Parabens Gustavo por sua imparcialidade e por sua coragem. Fiquei surpresa quando vi seu artigo aqui, pq este blog nao permite imparcialidade ou favoritismo ao Dr Roger.
O mundo precisa de mais pessoas como vc...nao se abale com as agressoes feitas pelas ditas "vitimas", se a justica fosse justa e correta o Dr Roger estaria fora da cadeia...mas no Brasil qualquer famoso vira monstro da noite para o dia.
Parabens!!!
Anônimo disse…
Pois é, anonimos das 11;40 e das 13;16, a vida é dura mesmo...

No fim, todo criminoso paga pelos seus crimes.

Principalmente quando os crimes ficam engasgados na garganta de tanta gente por tanto tempo....

É assim a vida..... E não adianta chorar.
E é sempre bom repetir o Dr. José Reinaldo: "A manutenção da prisão do médico acusado, após cinco recursos da defesa apreciados em diferentes instâncias judiciais, fala por si."

Dura a vida, né?????
Anônimo disse…
Ao Sr. Gustavo
Não confuda as coisas, pois o caso do americano e da escola base são depoimentos de crianças, e que levaram ao erro judiciário e inquérito policial, o caso em tela envolve mulheres adultas, que mesmo constrangidas pelo fato de tornar público o estupro, ratificam o crime. Não sei qual é a tua, se quer aparecer ou está fora da realidade.
Sr Gustavo,
Parabens pelo belo texto e por sua coragem. Mais infeizmente seu artigo veio parar aqui. Neste blog nada imparcial passa sem ser atacado. Sinto pelo Sr.
cade o meu comentario?!?!?Esqueceu?
Paulo Lopes disse…
Sim, esqueci.
Anônimo disse…
Para Ana Paula Silva:

Vc tá muito mal informada sobre justiça aqui no nosso país... desde qdo pessoas famosas vão presa no Brasil????? É beeemmm ao contrário. Cadeia neste país é pra pobre, negros, ignorantes, prostitutas, gays, travestis...não fale besteira e vá se informar melhor. Se o ex- médico tá preso até agora é porque ele é culpado e nem mesmo com a "ajudinha" do ex ministro ele consegue sair! CULPADO, ESTUPRADOR, TARADO, ARROGANTE e nunca o Deus da fertilização e sim o DIABO!
Anônimo disse…
Coloca-se em dúvida a questão do silencio .Tenho 40 anos, não sou vitima do DR.Rogger, mas sofri uma tentativa de estrupo aos 13 anos, graças a Deus, o medo me deu forças para correr. Detalhe.... são 27 anos de total silencio, ninguem sabe. O porquê? Medo, insegurança, vergonha, rejeição... todas tem seus motivos.
É compreensivel a materia do Sr. Gustavo, ele provalvemente nao sofreu nenhum tipo de abuso, nem ninguém na sua familia, quem sabe, talvez esse alguém também esteja em SILENCIO.
Anônimo disse…
Pobre Sr. Gustavo Ioschpe!!! Não deve ter família...

Eduardo Miranda de Carvalho - Campinas-SP

(Eduardo Miranda de Carvalho, 45, é filho de uma mulher de 69, casado com uma mulher de 42 e pai de uma mulher de 20 anos)
Paulo Lopes disse…
de Carlos Eduardo Lins da Silva, ombudsman da Folha:

PACIENTES E MÉDICOS TÊM DIREITOS

Em 28 de janeiro, "Tendências/Debates" publicou artigo do médico Roger Abdelmassih, acusado de assediar pacientes.

Na época, comentei que esse espaço é para discutir ideias, não para tratar de crimes comuns.

Em 24 de setembro, a seção publicou artigo que não chega a ser a favor do médico, mas defende a tese de que ele pode ser inocente (é claro que pode) e está sendo maltratado pela imprensa e pela sociedade (por parte delas, seguramente está).

Por sair do específico e chegar a conclusões gerais, esse texto não padece do problema básico do anterior. Mas passa a impressão de que o jornal está sendo parcial nesse episódio, em favor do acusado.

É preciso pautar alguém do outro lado, não para tentar provar culpa (jornal não é tribunal), mas para mostrar o drama, as preocupações, os direitos atingidos de suas possíveis vítimas (e de outros pacientes que sofrem algum tipo de assédio por parte de médicos) e o que podem fazer para se resguardar.
Anônimo disse…
......... é o Jornal não aceitou minha resposta ao Sr. Gustavo.
Anônimo disse…
Parabéns Gustavo Ioshpe! Só agora vejo essa matéria, até que enfim há dignidade no fim do túnel.
Anônimo disse…
Gustavo, meu filho, você nem se pronunciou, pelo jeito sua matéria foi bem paga, hein!
Anônimo disse…
Concordo que só pode ter sido matéria paga, porque o seu Gustavo simplesmente falou e sumiu...esse pessoal dessa clínica manipula como pode, como se isso fosse apagar a fossa fedida em que eles estão metidos.
José Neto disse…
Interessante como o ser humano se comporta. A troco do quê se duvida da veracidade dos depoimentos dessas mulheres? Qual é a intenção do articulista, se é que se pode chamá-lo assim?
Não é uma questão de condenar ou não o médico, mas de respeitar quem acusa e se expõe para buscar justiça. lançar essa dúvida sobre tal quantidade de pessoas é de uma crueldade absoluta. Não é de se espantar que seja articulista da Veja, "aquela" que tem outros "especialistas" como Diogo Mainardi e Lauro Jardim. Deus nos livre!

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