Antecipando-se às medidas do governo que estão sendo discutidas desde 2006, a Abia (Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação, a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e 24 grandes indústrias alimentícias estão firmando um compromisso para veicular somente “publicidade responsável” em relação aos produtos destinados a crianças e pré-adolescentes.
A existência desse compromisso não deixar de ser uma confissão tardia do setor obtida pela pressão da sociedade de que até agora tem havido “publicidade irresponsável”.
Documento das associações e das indústrias prevê o fim da propaganda a esse público, na faixa que vai até 12 anos, “com exceção de produtos cujo perfil nutricional atenda a critérios específicos baseados em evidências científicas”. Não fica claro quem vai avaliar tais “critérios” e “evidências científicas”.
As medidas que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve anunciar até o final do ano para propaganda em televisão, jornais, revistas, rádios e internet são mais objetivas e contundentes.
Anúncios de chocolate, bolos, bolachas recheadas e refrigerantes, produtos que concentram altos níveis de açúcar e de gordura, terão de conter frases de advertência, a exemplo dos comerciais de remédios.
O comercial de bolacha de chocolate, por exemplo, terá de alertar o consumidor de que se trata de produto que pode provocar diabetes, obesidade e aumento do colesterol, de acordo com informação do Estadão.
O setor de alimentos se propõe a deixar de fazer nas escolas qualquer tipo de propaganda a crianças com menos de 12 anos.
Mas, também nesse caso, o setor deixa uma brecha cujo tamanho é difícil de dimensionar, porque haverá exceção quando houver um acordo ou uma solicitação da direção da escola com “propósitos educacionais ou esportivos”.
Pela determinação que a Anvisa, vai ficar proibida qualquer ação de marketing em escolas e materiais escolares. Não haverá as exceções previstas na autorregulamentação das indústrias.
As medidas da Anvisa deverão diminuir as vendas desse tipo de produtos e o faturamento de grandes veículos de comunicação, principalmente a televisão.
Por causa desses produtos, entre fatores como o sedentarismo, estima-se que 30% das crianças brasileiras sofrem de sobrepeso ou de obesidade, um problema que já ocorre em países como os Estados Unidos, com graves consequências de saúde à população.
Uma pesquisa recente do Ministério de Saúde feita por telefone em 27 capitais mostra que o crescimento do número de obesos é preocupante: entre crianças e adultos, 43,3% dos moradores nessas cidades têm excesso de peso.
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