Do total de paulistanos, 40% deles, entre adolescentes, adultos e idosos, consomem açúcares adicionados artificialmente nos alimentos acima da quantidade recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
É o que revela a tese de doutorado que a nutricionista Milena Baptista Bueno defendeu em março na Faculdade de Saúde Pública da USP.
A recomendação da OMS é que o consumo desses açúcares seja menor que 10% das calorias. A média de consumo dos paulistanos é de 10%, próximo, portanto, do limite recomendado, mas nem por isso o problema deixa de ser grave.
Esse tipo de açúcar, diz ela, prejudica a saúde porque não tem valor nutricional, apenas energético.
Milena explica que os açúcares industriais não contêm nutrientes como proteínas, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina b6 e folato, que são fundamentais em uma dieta de qualidade. A consequência, segundo ela, é que as pessoas ficam obesas e com deficiências nutricionais.
A nutricionista constatou que os refrigerantes são as maiores fontes desse tipo de açúcares, na proporção de 35% do total. “Foi uma surpresa”, disse ela, segundo a Agência USP. A expectativa era de que os bolos e sucos tivessem maior participação nesse tipo de consumo.
A tese da nutricionista teve como base informações obtidas em entrevistas com cerca de 3 mil pessoas.
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