Depois de a CNBB ter desautorizado dom José Cardoso Sobrinho, agora foi um colaborador do papa Bento 16 que considerou um exagero o arcebispo de Olinda e Recife ter excomungado a mãe da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto e os médicos que providenciaram o aborto de gêmeos.
O monsenhor Rino Fisichella (foto), presidente da Pontifícia Academia para a Vida, escreveu no L’Osservatore Romano, jornal do Vaticano, artigo afirmando que dom Sobrinho deveria ter preocupado-se com a menina, e não com a excomunhão.
Foi um recuo.
Quando dom Sobrinho anunciou que todos os envolvidos no aborto estavam excomungados, Gianfranco Grieco, do Conselho do Vaticano para a Família, defendeu o arcebispo com o argumento de que a vida tem de ser defendida desde a concepção, “mesmo diante de um drama humano tão forte, como o da violência contra a menina”.
Em entrevista à Veja desta semana, dom Sobrinho reconheceu estar sendo muito criticado, mas fez o que mandou a sua consciência e se consolou ao dizer que tem o apoio de autoridades do Vaticano.
A partir de agora o arcebispo não pode mais contar com esse apoio. Ele ficou só.
Fisichella escreveu que a precipitação de dom Sobrinho atentou contra a credibilidade da Igreja Católica.
De acordo com a BBC Brasil, o monsenhor Fisichella disse que o arcebispo deveria ter salvaguardado a vida da menina, “trazê-la para um nível de humanidade”.
“Assim não foi e infelizmente a credibilidade de nosso ensinamento está em risco, pois parece insensível e sem misericórdia."
Comentários
1 – A versão de que o artigo de Salvatore Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, representa recuo do Vaticano foi publicada por jornais de todo o mundo. Ainda que o monsenhor não seja o porta-voz oficial do Vaticano, até agora a hierarquia católica não rebateu os termos do artigo.
2 – Sim, L'Osservatore Romano é oficioso. Mas isso não implica que tudo que sai ali tenha o mesmo caráter, como sabe quem acompanha a publicação.
3 - Dom Sobrinho não excomungou ninguém, é certo. Pelo Direto Canônico, em alguns casos essa punição é automática. Mas, ao alardear a excomunhão, o arcebispo fez questão de se mostrar empunhando um instrumento de retaliação, de revide, como se o drama vivido pelas vítimas já não fosse o suficiente. “Faltou humanidade ao arcebispo”, ressaltou Fisichella.
4 – Dom sobrinho anunciou, sim, a excomunhão da mãe e de todos os demais envolvidos no aborto, o que inclui até as enfermeiras. Se agora ele diz coisa diferente é porque também recuou, ao menos nesse ponto.
5 – De início, a CNBB manifestou apoio à atitude do arcebispo. Depois, diante do repúdio de todos os setores da sociedade brasileira, o que inclui a dos clérigos [ler reportagem deste domingo do Estadão], a entidade deu uma entrevista coletiva de imprensa para desautorizar as afirmações do arcebispo de Olinda e Recife. Salvo engano de minha parte, foi algo inédito da parte da CNBB.
6 - O fato é que nenhum bispo, mesmo isoladamente, se coloca publicamente do lado de dom Sobrinho, que ficou só, sim.
A notícia sobre a afirmação da Conferência dos Bispos está em http://oglobo.globo.com/pais/cidades/mat/2009/03/13/cnbb-diz-que-ninguem-foi-excomungado-no-caso-de-aborto-da-menina-de-9-anos-754818527.asp
abs
EL BARÓN RAMPANTE
El Vaticano reconoce que la excomunión en el caso de la niña brasileña es “insensible, incomprensible y privada de misericordia”
Rino Fisichella, presidente de la Pontificia Academia por la Vida, ha escrito un artículo –que hoy recoge L’Osservatore Romano-, en el que arremete contra la decisión de excomulgar a la madre de la niña brasileña que abortó de gemelos fruto de una violación, así como al equipo médico que atendió a la menor. Y con un razonamiento meramente humano y, en nuestra opinión, sumamente acertado: “antes de pensar en una excomunión, era necesario y urgente salvaguardar la vida inocente de la niña”.
“Desgraciadamente –reconoce el arzobispo-, éste no ha sido el caso, y la credibilidad de nuestra enseñanza, que a muchos les ha parecido insensible, incomprensible y privada de misericordia, se ha resentido”. Fisichella es el máximo responsable del órgano vaticano encargado de promover la Doctrina de la Iglesia en cuestiones de bioética, lo que hace más relevantes sus palabras.
“Antes de pensar en una excomunión, era necesario y urgente salvaguardar la vida inocente" de la niña "para llevarla a un nivel de humanidad del que los hombres de Iglesia deberían ser los expertos y los maestros", escribe Fisichella. El prelado reconoce que la menor –a la que él llama Carmen- “llevaba en ella otras vidas inocentes como la suya, aunque fruto de la violencia, y fueron eliminadas, pero esto no es suficiente". Y es que la postura de Fisichella no admite componendas respecto a la posición de la Iglesia frente al aborto, pero sí al modo en que se ha llevado a cabo.
En este sentido, el presidente de la Pontificia Academia de la Vida da a entender que la excomunión “no era urgente”, y que esta “historia de violencia” hubiera “pasado inadvertida” si no hubiera sido por la decisión del obispo de Recife, José Cardoso Sobrino, de hablar de “excomunión”. Fisichella también deja caer que, en todo caso, “los excomulgados deberían ser otros”, haciendo especial referencia al padrastro de la menor, que quedó embarazada fruto de sus repetidas violaciones.
El pasado viernes, la Conferencia Episcopal brasileña desautorizó al arzobispo de Recife que ordenó la excomunión, estimando que la madre reaccionó "presionada por los médicos" que le aseguraron que su hija moriría si no se interrumpía el embarazo.
Esta decisión provocó ya las críticas de algunos obispos que públicamente manifestaron su incomprensión contra esta excomunión, estimando que el principio de "respeto a la vida" al que la Iglesia está vinculada no justificaba "la severidad" de la misma.
baronrampante@hotmail.es
Ele citou isso apenas e a mídia como sempre fez a festa.
E o povo esperto que é, foi atrás, obviamente.
E o Vaticano não é ambiguo, simplesmente a mídia põe qualquer coisa como sendo em nome do Vaticano.
Se informar de todos os lados formam boas opiniões, não ficar confirmando tudo o que a mídia indutora diz.
Problema dele e de quem nomeou ele, se ele nao devia ter dito o que dice, agora vaum ter que aguentar as consecuensias, quem interviu pele igreja catolica fui ele, quem se entrometue nas leis humanas foi ele, se ele nao tivese se expresado nao teria-se jerado esta polemica.
Agora foi um colaborador do papa Bento 16 que considerou um exagero o arcebispo de Olinda e Recife ter excomungado a mãe da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto e os médicos que providenciaram o aborto de gêmeos.
Luis Eugenio, este Sr. Colaborador do papa, deve de ter alguma autoridade, e tambeim deve ter falado com o papa voce nao aja.
escobarjora@hptmail.com
Postar um comentário