Coisa rara no Brasil: um médico foi condenado a um ano e sete meses de prisão por assédio sexual a uma paciente.
Mas ele não vai ficar na cadeia, que no Brasil, como se sabe, só é para pobre, com uma ou outra exceção.
A condenação ao médico pela Justiça do Mato Grosso foi convertida em pagamento de uma indenização de 50 salários mínimos (cerca de R$ 23 mil) e à prestação de serviços à comunidade.
Além disso, o médico poderá recorrer, o que certamente fará, porque nega ter cometido o abuso.
Consta que o comportamento do médico era comentado há tempos em consultórios de Água Boa, cidade de 19 mil habitantes que fica a 730 km de Cuiabá, a capital do Estado [ver mapa]. A paciente, quanto foi à Justiça, apresentou mulheres que também teriam sofrido assédio do médico. Ele era, portanto, por essas testemunhas, um abusador contumaz.
A paciente contou que foi trancada no consultório do médico, que quis saber do relacionamento sexual dela com o marido. Ele teria usado palavras obscenas.
Depois, disse a paciente, o médico, a pretexto de examiná-la, tocou em suas partes íntimas.
O médico disse que a paciente não tive como provar as acusações, mas a juíza Graciema Ribeiro de Caravellas verificou que, nos depoimentos do réu, há contradições.
Além disso, argumentou Graciema, as mulheres que testemunharam afirmaram que foram vítimas do mesmo tipo de abuso.
Detalhe importante: até então, essas mulheres não se conheciam.
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