As mulheres continuam apanhando, sobretudo de seus companheiros. Mas, eis uma boa notícia, muitas têm tomado a iniciativa de denunciar a covardia, numa mudança de comportamento que não têm volta.
Em 2008, o Ligue 180, a Central de Atendimento à Mulher, recebeu em todo o país 270 mil chamadas, 32% a mais em relação a 2007. A informação é de Pedro Ferreira, coordenador da central, em entrevista ao programa Amazônia Brasileira, da Radio Nacional.
Ele disse que as mulheres estão perdendo o medo de reclamar de agressões. Algumas telefonam no momento da violência e outras esperam alguns dias, quando “obtêm coragem”.
Há casos em que quem telefona é uma vizinha, uma amiga ou filhos, a pedido da agredida ou não. Está caindo por terra, portanto, a omissão expressa no ditado popular de que “em briga de marido e mulher ninguém se mete”.
Parte dessa conscientização, no entendimento do coordenador, deve-se à Lei Maria da Penha, que entrou em vigor no dia 22 de setembro de 2006.
As ligações com pedido de informações sobre a lei tiveram aumento de 245%. O novo instrumento jurídico pune com mais rigor as agressões domésticas e familiares contra as mulheres.
O nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe) apresenta o mais baixo índice de denúncias, mas isso porque, disse Ferreira, o Ligue 180 é insuficientemente conhecido na região.
Ferreira informou as mulheres são agredidas em todas regiões brasileiras, tanto nas grandes cidades como nas pequenas e nas zonas rurais e florestas do Amazônia.
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