Pular para o conteúdo principal

Estupro sem morte não é crime hediondo, decide Tribunal

Por Roberto Madureira, da Folha:

“O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou a caracterização de dois crimes de violência sexual como hediondos e ainda abrandou a pena do condenado em um dos casos. As decisões, de setembro e outubro, foram tomadas com base em uma resolução antiga do STF (Supremo Tribunal Federal). Os dois crimes ocorreram em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Os crimes hediondos resultam em penas maiores. Até 2007, os condenados por esse tipo de crime não tinham direito à progressão de pena (por exemplo, passar do regime fechado para semi-aberto).

Em 1999, o STF divulgou a recomendação de que estupro sem ser seguido de morte ou lesão corporal grave não deveria ser considerado hediondo. Em 2001, porém, em outro julgamento, o tribunal voltou a considerá-lo hediondo.

"A decisão [de voltar a relacionar o estupro entre os crimes hediondos] foi tomada no julgamento do habeas corpus 81.288 [de 2001]. É esse entendimento que vale atualmente. Recentemente, a nova composição do STF confirmou o entendimento", informou o STF, por meio de sua assessoria.

Em um dos casos julgados pelo TJ, Luciano Rodrigo Barreto foi condenado por assalto e estupro. Segundo o processo, ele trancou o marido em um banheiro e, sob ameaça de uma faca, estuprou a mulher. No TJ, Barreto teve a pena abrandada em um ano e cinco meses- de nove anos e sete meses para oito anos e dois meses.

No outro caso, Marcelo Antônio Monteiro, um dos acusados de violentar um presidiário na penitenciária de Ribeirão Preto, em 1995, teve a pena mantida, mas o crime deixou de ser considerado hediondo. Em primeira instância, ele havia sido condenado a 11 anos e 2 meses em regime fechado.

O preso alvo da agressão, detido sob acusação de estupro, foi violentado por Monteiro e mais cinco presos e ainda teve tatuado em suas nádegas o desenho de um pênis.

"Em sede de revisão, pugna pelo afastamento da hediondez do crime, praticado sem os resultados de lesão grave ou morte, pela redução da pena ao mínimo legal e a modificação do regime para o inicial fechado, sujeito à progressão", justificou o relator do caso de Monteiro no TJ, o desembargador Fernando Miranda.

Segundo Henrique Nelson Calandra, presidente da Apamagis (associação dos magistrados), a classificação de hediondo se justifica pelo baixo índice de recuperação dos estupradores. "Todas as pesquisas penitenciárias mostram que estupradores e estelionatários são os que menos se recuperam na cadeia", disse.”

> Estuprador de criança é condenado a 39 anos de prisão. (setembro de 2008)

Comentários

Anônimo disse…
Ô coisa bem feita Sô!
Deviam de ter tatuado o pênis... era na fuça dele, e na testa, o nome bem legível...estrupador, para que quando ele sair da prisäo (digo sair, porque logo ele estará às ruas novamente), todos saberem que ele é um estuprador. Aliás devia ser lei, para que nós mulheres e as crianças ficássemos sabendo quem esses vermes säo de fato. já que os outros estäo ocultos.
Anônimo disse…
O estupro causa danos irreparáveis. Uma pessoa que passou por este tipo de violência sempre estará em recuperação; não há cura para a lembrança da violência cometida no corpo, mente e sonhos de uma pessoa, ela consegue fingir que leva uma vida normal mas segue um conjunto de fatores durante toda sua vida para se considerar capaz, feliz e segura novamente que fica difícil colocar em valores, monetários ou emocionais. Os juízes são umas bestas, que consideram a "segunda chance", um direito masculino.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Pereio defende a implosão do Cristo Redentor

Comissão aprova projeto que torna a Bíblia patrimônio imaterial. Teocracia evangélica?

Baleias e pinguins faziam parte da cultura de povos do litoral Sul há 4,2 mil anos

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Só metade dos americanos que dizem 'não acredito em Deus' seleciona 'ateu' em pesquisa

Cigarro ainda é a principal causa de morte por câncer de pulmão no Brasil, com 80% dos casos