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Veja por que a construção civil é a 5ª em acidentes de trabalho

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Trabalhador  sem equipamento de segurança
arrisca vida na beirada da construção

Tirei a foto acima e a do lado há alguns dias da janela da sala do meu apartamento. Antes, fixei a vista para verificar se o trabalhador na beirada do prédio, sobre um patamar precário de madeira no 13º andar, estava mesmo sem cordão de segurança.

Sim, ele estava ‘solto’.  Bastava uma martelada mal dada para perder o equilíbrio, cair e, como na música do Chico, atrapalhar o tráfego. Ou virar estatística de acidente de trabalho. O peão ficou ali uns cinco minutos.
Nestes dias, sinto-me um pouco como o fotógrafo interpretado por James Stewart no filme ‘Janela Indiscreta’, de Alfred Hitchcock.

No filme, o fotógrafo observa as pessoas de um prédio em sua frente, até que ele se detém em um suspeito de ter cometido um crime.

A diferença, além de eu não ter ao meu lado a Grace Kelly, o que lamento, é que no prédio daqui de frente posso a qualquer momento testemunhar a mistura de um suicídio, decorrente da imprevidência de um  trabalhador, com um homicídio, por conta do descaso da construtora para com a segurança do peão (mas aposto que o cronograma da obra está em dia). Dois crimes num só. Nem Hitchcock pensou nisso. 

A estatística mais recente é de 2006, ano em que houve 29.228 acidentes de trabalho na construção civil, de acordo com o Ministério da Previdência. O setor é o quinto no ranking desse tipo de ocorrência. Já foi o primeiro.

A causa mais freqüente de acidentes fatais é a queda de trabalhadores dos andaimes e a de material sobre eles. Em seguida, vêm choques elétricos e soterramentos.

O número de acidentes é maior do que apontam os  registros. Há construtoras que, burlando a lei, deixam de passar informação ao Ministério do Trabalho porque não querem ser fiscalizadas, de modo que outras irregularidades permaneçam encobertas.

O prédio que se ergue diante da minha janela tem me incomodado por causa do barulho dos caminhões-betoneiras, aqueles da preparação do cimento. Não tenho sossego nem aos sábados.
Mas isso é o de menos.

Só espero que a Goincorp Incorporações e Empreendimentos Imobiliários Ltda. me poupe de suspense e cenas fortes. Prefiro os filmes de Hitchcock, com suas belas loiras.

Comentários

Anônimo disse…
Isto é muito sério. Os trabalhaadores nunca foram tão bem informados como nos dias hoje, mesmo assim continuam a se expor ao risco de acidente de forma desnecessária. Temos que continuar a lutar na área prevencinista para acabar com este mau feito na Construção Civil.

Luciano Camilo
Anônimo disse…
> Parabéns pela reportagem, pena que nossas autoridades não levam a sério a questão da segurança. Estou fazendo um trabalho sobre acidentes em altura e por isso que encontrei o seu site. Parabéns.
Anônimo disse…
O ministério do trabalho tem que mudar as normas que,só a partir dos 100 funcionarios que é obrigatorio um técnico de segurança,enquanto isto muitos funcionarios de empresas de pequeno porte sofrem as sequelas dos acidentes de trabalho,pois existem varias assessorias prestando serviços em tempo reduzido em locais da construção civil,só para garantir seus lucros,pois segurança para os trabalhodores nada.
Anônimo disse…
boa tarde paulo roberto lopes isso é de muita avalia para mim e para tantos que trabalham nesta area estou cursando tec: segurança do trabalho se vc estiver outras fotos mande para meu e-mail:jorgeluizlopes2009@.hotmail.com. Esta area tem ocorrido muitos acidentes superficial e muitos fatas como a morte.obrigado meu amigo tenha sempre essa visao. ass:jorge luiz lopes
Anônimo disse…
Boa tarde, isto é reflexo da falha na legislação do nosso país, conforme mencionado anteriormente pelo colega, e da pouca fislalização.
Diariamente nos deparamos com situações de exposições a riscos de acidentes em trabalho em altura principalmente em empresa de pequeno porte.
A luz da legislação no item 18.2 da NR 18, determina que todo inicio de atividade na contrução civil, a empresa deve fazer comunicação prévia ao DRT da região, certamente as pequenas empresas não fazem, o pior é que quando a empresa faz, a fiscalização não acontece, desta forma fica difícil reduzir as ocorrências de acientes neste segmento.

Aos colegas, se tiver material relacionados a trabalho em altura na construção civil será bem vindo, estou fazendo minha monografia sobre este assunto, pós graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, E-mail: almir.engambiental@gmail.com

Grato
José Almir - Téc. de Seg. Trabalho/Eng. Ambiental

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