Rio Brilhante teme novo ataque do Maníaco da Cruz

A população de Rio Brilhante teme que o Maníaco da Cruz possa atacar de novo a qualquer momento. Na cidade de 27 mil habitantes de Mato Grosso do Sul as ruas ficaram desertas nas últimas duas noites, informam os jornais da região. 

As três vítimas do maníaco foram encontradas com o corpo em forma de cruz: braços abertos e pés juntos.

No peito do pedreiro Calatino Gardena, 30, morto dia 24 de julho, havia escrito à faca INRI, que significa “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”. Pilatos mandou afixar esse acrônimo na cruz em que Jesus morreu.

Gardena foi a segunda vítima do suposto fanático religioso. A primeira chamava-se Letícia Neves de Oliveira. Nu, o seu corpo estava dia 24 de agosto sobre o túmulo de um cemitério. A terceira vítima, i Gleice Kelly da Silva, 13,  foi assassinada na segunda-feira, 6.

O fato de a polícia não ter até agora nenhum indício do assassino – embora tenha obtido reforço da delegacia regional -- contribui para que a população fique apavorada.

Apesar de os três corpos terem sido deixados na mesma posição, em forma de cruz, a polícia ainda não tem certeza de que os crimes foram cometidos pela mesma pessoa. Se houver na região uma seita satânica – possibilidade levantada por um delegado, mas desdenhada por parte da população --, a matança pode ter sido feita por mais de um criminoso.

Sob a cabeça da Gleice, havia um bilhete inelegível do suposto maníaco. Acredita-se que esteja escrito em código. A polícia tenta decifrá-lo.

O corpo de Gleice foi enterrado ontem em clima de medo e revolta. A mãe da menina, Vilma Terezinha da Silva, 29, exigiu que seja feita a justiça. Inconformada, disse a um jornal da região que o criminoso não escapará da Justiça de Deus.

Familiares das vítimas compareceram ao enterro com faixas e cartazes pedindo por justiça e paz. Depois, foram à polícia pedir que o culpado seja encontrado sem  demora.

Vilma e Gleice (cujo pai morreu há três anos) tinham entre si problema de relacionamento e, por isso, a menina morava com os tios. Na noite do ataque, ela tinha ido dormir na casa de uma amiga. O celular dela desapareceu, provavelmente foi roubado pelo assassino, e a sua bicicleta estava aproximadamente a 600 metros do corpo. Gleice deixou duas irmãs: Marcela, 4, e Vitória, 9.

> Caso do Maníaco da Cruz.