Mãe bate mais nos filhos; pai é mais truculento

Em 70% dos casos de violência contra as crianças, os agressores são os pais biológicos. A mãe é quem bate com mais freqüência e o pais é o mais truculento.

Esses dados foram levantados no Paraná e servem como uma média das ocorrências de maus-tratos às crianças para a maioria dos estados brasileiros --poucos têm sistema apurado de estatística. Paraná é uma das exceções.

O Sipia (Sistema de Informação para a Infância e Adolescência) do Paraná registrou no ano passado 55.797 casos de violências. Desse total, 3.569 ocorreram na capital, Curitiba.

Vítima pode virar
algoz, diz Maria

Não é fácil reduzir os índices desse tipo de violência porque está enraizado na herança cultural. “Muitas vezes, a pessoa foi vítima de agressões quando criança e acredita que o castigo corporal é a maneira certa de corrigir os filhos”, diz Maria Lolina Cunha (foto), coordenadora do Centro de Combate à Violência Infantil, conforme relato do Paraná Online.

É comum também o que Maria Lolina chama de “Sindrome do Bode Expiatório”. “Ocorre quando um dos filhos é eleito como o partinho feito. Ele é sempre considerado pelo agressor como o culpado pelas travessuras de outras crianças e acaba apanhando mais.”

Filhos de gravidez indesejada e os portadores de deficiência física ou mental costumam ser eleitos pelos pais como sacos de pancadas. São as crianças que mais têm medo dos pais. Normalmente, elas se isolam e desenvolvem a timidez.

De maneira geral, afirma Maria Lolina, há uma evolução de intensidade na violência. Começa leve e se mantém num crescendo, havendo casos de lesões sérias e morte.

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novembro de 2010

Casos de maus-tratos a crianças.