Os homens se mostram cada vez menos interessados em ser pai; e as mulheres se queixam disso e saem à caça, por assim dizer, de quem possa realizá-las na maternidade. É o que diz reportagem de hoje de Cláudia Collucci, da Folha.
A repórter ouviu ginecologistas, como Marcelo Zugaib, da Faculdade de Medicina da USP. Disse ele: “As mulheres dizem que os homens estão imaturos, fogem de relações sérias. Isso é um tormento para quem deseja ser mãe e está atenta ao relógio biológico”.
Outro ginecologista, Arnaldo Cambiaghi, falou: “Toda semana atendo mulheres que relatam o desejo de ter um filho, uma família, e que reclamam que não encontram homens dispostos a dividir esse sonho nem a médio nem a longo prazo."
Em Porto Alegre (RS), uma engenheira de 33 anos publicou este anúncio: “Mulher solteira procura homem interessado em ser pai”.
Na reportagem, há um testemunho de um professor universitário de 33 anos e casado que reclama da pressão de sua mulher para terem um filho. “A maioria das pessoas pensa que uma família só se consolida na presença de um filho. Eu não entendo assim. Penso que seria cruel traz uma vida a este mundo. Eu seria um pai ausente”, diz.
O professor poderia citar esta frase de Nietzsche: “Não é melhor cair nas mãos de um assassino do que nos sonhos de uma mulher no cio?”
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