A 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, composta por três magistrados, condenou na quinta (28) por unanimidade a TV Record a pagar indenização de R$ 200 mil por danos morais ao ex-jogador de futebol e comentarista da Rede Globo Paulo Roberto Falcão. A informação é do site Consultor Jurídico.
Os advogados da Record ainda não se manifestaram, mas é certo que eles vão recorrer da condenação.
Os desembargadores Jacobina Rabello, Ênio Zuliani e Maida da Cunha julgaram que a emissora, em programas como Note e Anote e Fala que eu te escuto e em reportagens, denegriu o ex-jogador, acusando-o de em 20 de setembro de 2000 sequestrar o seu filho da mãe, a advogada gaúcha Rosane Leal Damazo, que morava em Woodland Hills, Los Angeles (EUA), com seu terceiro marido.
Embora o Falcão, por ordem Justiça brasileira e americana, tenha recuperado a guarda do garoto, então com 7 anos, a emissora, pela sentença do Tribunal, deu ao fato um tratamento escandaloso, irônico e difamatório.
A Record divulgou com destaque inclusive o relato de Rosane segundo o qual ela, em 1996, tinha flagrado-o nu no quarto do casal em cujo banheiro havia um homem tomando banho – era um colega de jogo de tênis dele. Falcão teria dito que não era nada do que ela estava pensando, mas a partir desse episódio o casamento dos dois, que já não ia bem, desmoronou-se.
O sensacionalismo da TV Record quanto ao caso teria sido por causa de Falcão ser comentarista da Globo, a arqui-inimiga do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal e TV Record.
Rosane mudou-se em 1997 para os Estados Unidos com a filha do seu primeiro casamento, com o jogador Paulo Bonamigo, do Grêmio, e com o seu filho com Falcão. Lá, ela se casou com o americano Tomaso Gambino, empresário do setor de telefonia.
Na época, Falcão recorreu à Justiça contra a TV Record por considerar que teve sua honra maculada por um bispo da Igreja Universal e apresentador do “Note e Anote e Fala que eu te escuto”.
Para Jacobina, o bispo, “se não sabia como são operadas essas medidas” [sobre a guarda do menino], não deveria “fomentar mau juízo sobre a conduta alheia”.
Durante cerca de três anos, a partir de 2000, Falcão e Rosane travaram uma guerra judicial – tanto no Brasil como nos Estados Unidos -- pela guarda do menino.
Inicialmente, ela levou a melhor, mas depois o ex-jogador obteve a guarda do garoto, que foi transferido para o Brasil por advogados do ex-jogador. A mãe acusou Falcão de tê-lo sequestrado.
A Justiça gaúcha chegou inclusive a decretar a prisão de Rosane -- a sentença foi revogada pelo STF (Superior Tribunal de Justiça).
Na mesma época, outro caso contribuiu para que Falcão se mantivesse no noticiário: a telefonista Dalva Sandra Pereira, então com 32 anos, moveu contra ele ação por danos morais. Ela trabalhava no Zero Hora, diário para o qual o ex-jogador escrevia.
Ambos foram flagrados por uma faxineira do jornal no banheiro feminino. “Ele dizia que queria transar comigo e eu tive medo de perder meu emprego”, disse Dalva, para justificar sua decisão de ir à Justiça.
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