
O megatraficante colombiano Juan Carlos Abadía (foto), 45, foi extraditado para os Estados Unidos sem dizer aos policiais brasileiros onde escondeu cerca de US$ 35 milhões, o equivalente a R$ 57 milhões.
“Esse dinheiro com certeza está atrás de alguma parede, em algum fundo falso em uma casa”, disse ao Fantástico de ontem o delegado da Polícia Federal Fernando Francischini.
Abadía foi preso em agosto de 2007 na casa em que morava, dentro de um condomínio fechado em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo. Em caixas de alto falante, a PF descobriu notas de euro, dólar e real, cuja soma deu cerca de R$ 2 milhões. O traficante disse que tinha no Brasil mais dinheiro, os US$ 35 milhões.
Antes de ser vendida por intermédio de um leilão público por ordem do juiz federal Fausto De Sanctis, a casa foi minuciosamente inspecionada, mas não se encontrou mais dinheiro.
No Brasil, em nome de "laranjas", Abadía teve 17 empresas que eram usadas para a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. Ele chegou a ter faturamento mensal de US$ 70 milhões.
A Polícia Federal estava negociando uma delação premiada com o megatraficante quando o STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou a extradição.
Pela negociação, para obter uma redução de pena, Abadía teria de revelar os nomes de três integrantes de sua quadrilha que operam (ou operavam) no Brasil e a localização do dinheiro. Um de seus colaboradores seria um brasileiro.
O delegado Francischini disse que o colombiano não deveria ter sido mandado para os Estados Unidos antes de dar essas informações.
Nesta semana, a justiça americana começa colher em Nova Iorque o depoimento do colombiano. É possível que ele acabe dizendo onde deixou escondido no Brasil a fortuna procurada pela PF.
ATUALIZAÇÃO em 26/8/2008> Megratraficante diz ter subornado policiais brasileiros. (agosto de 2007)
Juan Carlos Ramirez Abadía declarou-se nesta terça-feria inocente em sua primeira audiência à Justiça americana. No dia 10 de setembro, ele será ouvido de novo. Nos Estados Unidos, ele é acusado de assassinato, extorsão, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
> Não houve lance para relógio de R$ 190 mil de Abadía. (julho de 2008)
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