O ex-sargento do Exército Fernando de Alcântara Figueiredo (no primeiro plano, acima) compareceu hoje ao STM (Superior Tribunal Militar) como testemunha de seu companheiro Laci Marinho Araújo (com a mão na testa), que se encontra preso desde 4 de junho no Batalhão de Exército em Brasília – ele é acusado de deserção por faltar oito dias consecutivos ao quartel sem que desse aviso ou explicação a seus superiores.
Figueiredo e Araújo foram capa da revista Época como o primeiro casal gay assumido do Exército brasileiro.
A partir de então eles passaram a sofrer pressão do comando da instituição. Figueiredo foi preso duas vezes e pediu baixa.
Sobre o interrogatório de hoje, Figueiredo afirmou que “deu tudo certo”, informa a Agência Brasil. “Em alguns momentos me senti intimidado, mas é natural que eles pressionem as testemunhas, afinal são todos militares.”
Ao final do mês passado, o STM negou pedido de liberdade a Araújo. A questão foi encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), que deverá se manifestar nos próximos dias.
A expectativa é que o Supremo mande soltar o sargento.
COMENTO
A Justiça Militar já deveria ter soltado o sargento Araújo, contribuindo, assim, para que esse caso tenha um desfecho. Ademais, Araújo não vai pode continuar preso para sempre. Ele não tem mais ambiente de permanecer no Exército e acabará pedindo baixa. Talvez seja isso que o Exército esteja esperando para soltá-lo.
Araújo e Figueiredo erraram ao permitir que fossem capa de uma revista. Expuseram-se demais.
O comando do Exército se viu afrontado e se sentiu obrigado a defender a imagem da instituição. O que não tem conseguido.
A imagem que tem ficado é de que o Exército persegue os homossexuais de suas fileiras, que é uma instituição homobófica, embora entre seus soldados e oficiais sempre existissem homossexuais, ainda que dentro do armário.
> Caso dos sargentos gays do Exército.
Comentários
Lembre-se que há pouco tempo não era permitido que mulheres fizessem parte das fileiras do Exército. Todas as mudanças que ocorrem são muito lentas, gradualmente. Talvez um dia o homossexualismo declarado possa ser aceito nas Forças Armadas, mas até lá, quem tentar fugir dos padrões morais da Instituição vai sofrer as consequências, ainda que de forma implícita.
E eles sabiam muito bem disso quando aceitaram se expor.
Naturais seus comentários, instituições tradicionais, como são as militares, têm regime severo de subserviência e servidão. Mas dentro do que fosse citou “que há pouco tempo não era permitido que mulheres fizessem parte das fileiras do Exército. Todas as mudanças que ocorrem são muito lentas, gradualmente.” é importante citar que também é necessário haver essa transparência, pois não sejamos ingênuos ao pensar que não existem homossexuais nas “fileiras militares”. Apoio a atitude do Fernando e do Laci e entendo que os poderosos militares precisam atualizar-se. Em tempo: o correto é “homossexualidade” e não “homossexualismo”, que é traduzido como doença.
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