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Soldados teriam vendido os três jovens a traficantes

Uma moradora da favela do Morro da Providência, no Rio, afirmou ao Fantástico de ontem que o tenente do Exército Vinicius Ghidetti de Andrade Moraes, 25, e mais 10 soldados sob o seu comando "venderam" os três jovens da comunidade a traficantes da favela do Morro da Mineira por R$ 60 mil.

O tenente admitiu ao seu comando e à polícia que entregou os três jovens a traficantes como um “castigo” porque eles desacataram a tropa.

De acordo com testemunhos, o Moraes teria dito aos traficantes que os três jovens eram um “presentinho”.

A entrega foi no dia 14 deste mês. No dia seguinte, um domingo, cravados por 46 tiros, os corpos dos três jovens foram encontrados em um lixão da Baixada Fluminense.

O Fantástico não revelou o nome da moradora da favela do Morro da Providência nem mostrou o seu rosto, para protegê-las de retaliações [ver vídeo abaixo]. Moradores da favela têm reclamado de ameaças que estariam sendo feitas por soldados do Exército.

Em depoimento emocionado, a moradora contou como conseguiu resgatar um dos jovens detidos pelo grupo do tenente Ghidetti. Se não fosse isso, os mortos seriam quatro.

Ela não apresentou prova da “venda” dos três jovens aos traficantes. Disse que é o que todos da favela falam.

O delegado Ricardo Domingues está investigando quais seriam as conexões entre os soldados do Exército e os traficantes.

Pelos depoimentos de soldados do grupo do tenente ao delegado, já ficou esclarecido que, antes da entrega dos três jovens, houve contato telefônico de um soldado ou do próprio oficial com os traficantes da favela da Mineira.

O delegado vai pedir a quebra do sigilo telefônico do tenente e seus subordinados naquela ocasião.

O comando do Exército nem desmentiu nem confirmou a suposta “venda” dos três jovens da favela da Providência.

Embora o crime tenha ocorrido há nove dias, até agora não foi preso nenhum dos traficantes da Mineira que assassinaram os jovens. A prisão deles poderá esclarecer o caso. A diz ter suspeitos, mas teme que eles sejam mortos como queima de arquivos.

Em atendimento à Advocacia-Geral da União (AGU), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou que, na favela, os soldados do Exército não ultrapassassem o local das obras do Projeto Cimento Social. Mas até a noite de sexta-feira, o Exército não tinha obedecido a ordem judicial.

O número de soldados no morro já teria sido reduzido de 200 para 60. Eles estariam sendo substituídos por soldados da Polícia Militar.

A AGU já avisou que irá recorrerá de novo à Justiça se o Exército continuar a desrespeitar a ordem judicial.

O clima da favela do Morro de Providência é tenso. O Exército teme que os soldados sejam atacados por traficantes ou pela população.

mapa_barbarie

 

> Exército também foi acusado de abuso no Haiti. (Folha)

> Missão do Exército não é ser polícia de favela. (Estadão)

Comentários

João disse…
Paulo,

O que dizer,àquela senhora,àquele rapaz,aos que morrerem,e a todos os que vivem sobre o peso do terrorismo...?
Porque estas palavras e actos são isto,uma existência no meio do Terror.

Em que numa guerra sem quartel,sem direcção ou lógica,sem propósito,já não distingue-se o bem do mal,os bandidos das forças da lei,tudo misturado numa anarquia selvagem de violência niilistamente infernal.

Com a sua permissão,e achando esta reportagem importante vou reenvia-la para continuar circulando.

Abraço amigo,uma boa semana,pacifica,
joao

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