Se o jornal impresso não se reinventar, ele vai acabar em pouco tempo, sendo substituído pela internet, o que já começa a acontecer. Hoje, o jornal já está meio sem função.
Essa é a conclusão à qual chegou estudo de mestrado em Política Científica e Tecnológica de Sabine Righetti (foto), formada em jornalismo pela Unesp (Universidade Estadual Paulista).
Sabine observa que a internet é uma revolução tecnológica que ocorre em velocidade muito mais rápida em relação a outras evoluções de disseminação de informação e conhecimento.
Ela disse em entrevista ao IHU On-Line que no começo de seu estudo observou que os jornais impressos tendiam simplesmente a se reproduzirem em sua versão on-line, exagerando no uso de hiperlinks. Mas agora, falou, os jornais entenderam que não precisa ser assim.
“No entanto, ainda não há, a meu ver, uma identidade de texto. Ainda estamos vivendo a construção dessa identidade.”
Há uma tendência, disse, de que os textos sejam mais “quentes” e mais longos, com a incorporação à leitura de recursos de outras mídias, como o vídeo.
Para Sabine, as empresas jornalísticas, para sobreviverem, vão ter de “casar” a experiência da informação impressa com os recursos da internet, e esta é, por natureza, aglutinadora de mídias.
Sabine afirma que a crise dos jornais é anterior ao surgimento e consolidação da internet. Lembra que a partir dos 70 começaram a cair os investimentos publicitários em jornais e o número de leitores, em decorrência do cinema e da popularização da tv a cabo. E a internet intensificou essa crise.
Como agravante, disse, os jornais caíram em uma armadilha montada por eles próprios: para tentar garantir fluxo de caixa, enxugaram a redação com a demissão dos melhores jornalistas, os de maiores salários, e houve uma queda na qualidade da informação, distanciando-se assim ainda mais dos leitores e anunciantes. "As empresas que estudei cometeram esse erro."
Philippe Meyer, jornalista, escritor, apresentador da tv francesa e especialista em mídia, afirma que nos próximos 25 anos o jornal impresso estará totalmente extinto. O que, de acordo com o estudo de Sabine, vai ocorrer sim, se o jornal não se reinventar.
> Editor do NYT prevê fim da edição impressa em cinco anos. (fevereiro de 2007)
Comentários
Postar um comentário