MP fecha clínicas acusadas de torturarem drogados

As cinco clínicas da Comunidade Cristã Cidade do Refúgio no Rio Grande do Sul foram denunciadas por ex-pacientes de torturarem dependentes químicos como tratamento de recuperação. Há relatos de uso de choques elétricos, de paus com pregos na ponta, de espadas, de cacetadas e de armas de brinquedos. Um paciente disse que foi castigado com queimadura por ter tentado fugir.

Na sexta, 9, a polícia prendeu em Guaíba, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, o administrador (e suposto dono) das clínicas, o pastor Tarcílio Quirino. As informações são da imprensa gaúcha.

Quando foi preso, o pastor estava na corregedoria do Ministério Público para se queixar de investigações de uma promotora. Ele negou a prática de torturas e disse que as acusações partiram de ex-pacientes que precisam ser internados de novo, porque se encontram em crise de abstinência.

A polícia encontrou nas clínicas – todas em péssimo estado de manutenção e de higiene – remédios vencidos e supostos instrumentos de torturas, como uma espada. Quirino disse que a espada era usada em “atividades teatrais”.

As clínicas não tinham médicos. Na explicação de Quirino, a Cidade de Refúgio é uma instituição de apoio à recuperação de viciados em drogas, não se tratando, portanto, de clínica médica.

As cinco unidades foram interditadas pelo Ministério Público. Elas recebiam recursos de prefeituras e do governo federal. O MP está examinando a contabilidade delas. Há suspeita de desvio de recursos e de estelionato.


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