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Marido manteve por 18 anos a sua mulher em cárcere privado

Que existem muitos doidos que passam por normais, todo mundo sabe. Mas talvez os doidos sejam em quantidade maior do que se imagina.

Surge agora em Pedranópolis (a 563 km de São Paulo) o caso do agricultor Ary Hernandez Castijo, 50, que impediu por 18 anos que sua mulher, Maria Aparecida Rosa, 36, saísse sozinha do sítio em que moravam. A filha mais velha do casal também foi mantida em regime de cárcere privado. Ela tem 16 anos e a mais nova, 4.

Castijo dizia a Rosa que mataria toda a família se ela ou a filha fosse além das cercas do sítio. A cada dois meses, ele acompanhava a mulher ao supermercado, e Rosa não podia conversar nem olhar para ninguém. Castijo tinha duas armas de fogo, que foram apreendidas pela polícia.

O caso do austríaco Josef Fritzl que manteve a filha presa no porão por 24 anos e que com a qual teve 7 filhos é, claro, muito mais grave. Mas tanto o austríaco como o brasileiro tentam justificar seu comportamento com o mesmo argumento: a família foi feita cativa para que ficasse protegida, veja só, das maldades do mundo.

A maldade (como a bondade) não está no mundo, mas dentro da pessoas.

Insisto em dizer que quando alguém exerce um autoritarismo levado à loucura é porque conta com a negligência ou passividade ou com a conivência ou parceira ou ainda com a covardia de uma ou mais pessoas.

Pedranópolis é uma cidade pequena, tem cerca de 2.000 habitantes. Lá, todo mundo sabe de todo mundo. Por que só agora, corridos 18 anos, a polícia descobriu a atrocidade do Castijo, se é que já não sabia bem antes?

A mãe da Rosa disse ter conhecimento dos maus-tratos aos quais a sua e filha e netas eram submetidas. Conformou-se em não ver a filha durante esse tempo todo porque, disse, nada pôde fazer: tinha medo do Castijo.

O medo de uns, em muitos casos, é o que legitima o autoritarismo de outros.

Se a versão que o Ministério Público apresentou à Justiça estiver certa, Alexandre Nardoni permitiu que Anna Jatobá esganasse a Isabella, 5, filha dele, porque tem medo da mulher, uma pessoa emocionalmente perturbada e dominadora, conforme o perfil que a polícia traçou dela. Alexandre ficou ‘abobalhado” diante da fúria de Anna, registra o relatório final da polícia que foi encaminhado ao MP.

A empresária Silvia Calabresi Lima, de Goiânia, é outro exemplo recente de mulher dominadora que exerceu a loucura por anos sem ser detida por ninguém. Ela torturava meninas as quais “adotava” para trabalhar como empregadas domésticas.

A sua última vítima sofreu queimaduras de ferro de passar roupa, apertos de alicate na língua e por aí vai. E por que o marido dela, o Marcos Antônio, não a impediu de praticar tais torturas? Foi por medo da mulher.

Marcos Antônio está sendo processado por ser conivente com as barbaridades praticadas por sua mulher e por omissão de socorro.

E ele é apenas um entre uma multidão de medrosos, de covardes, que, no dia-a-dia, faz com o autoritarismo se eleve à loucura.

A JUSTIÇA NEGOU hoje pedido do advogado de Ary Hernandes Castijo para que este obtenha liberdade provisória. O advogado Fernando Mateus Poli tinha feito o seu pedido com o argumento de que o seu cliente tem bons antecedentes, residência fixa e ser primário. Castijo continua, assim, preso na cadeia da cidade Estrela d'Oeste. Ele foi preso na terça.

> Casos de violência contra a mulher.

Comentários

Flávio Resende disse…
Tenho pena dessas pessoas.

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