
Como há leitores que reclamam que baixei (ou “abaixei”, tanto faz) o nível do blog ao recorrer ao sensacionalismo (mas fazer o que se o caso Isabella e o do monstro austríaco me comoveram?), aproveito e-mail de Clayton Ávila Alves para mudar um pouco o assunto. Ele faz uma observação na gramática de um texto que transcrevi no blog:
Ao cumprimentá-lo, faço referência à frase extraída do depoimento da mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, publicado na matéria “Perícia tenta descobrir se roupa com sangue é do pai de Isabella”:
“Na entrevista, a primeira que concede, Ana não acusou diretamente ninguém de ter assassinado a sua filha. Em momento algum ela cita o nome do ex-marido ou da atual mulher dele, a estudante de direito Anna Carolina Jatobá, 24.”
Trata-se do equívoco que as gramáticas contemporâneas fazem, colocando o pronome algum para tornar frases negativas. O dito pronome tem valor negativo associado à negativa de reforço nenhum, que, na linguagem coloquial, não faz uma segunda negação, mas implicitamente a inclusão - nem uma só, mas qualquer de todos. Caso contrário, uma frase do tipo não tem nada seria a negação de nada, ou seja, tem algo, e assim caracterizaria o reforço como uma nova negação.
Não tem nada = não tem (o que seja) nada; ou seja,
Tem alguma coisa.
> Íntegra do e-mail de Clayton Ávila Alves.
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