O vídeo acima é um trecho da entrevista do programa da Jô Soares de 18 de junho que está sendo examinada pelo Ministério Público Federal do Rio por suposta manifestação de preconceito em relação a costumes sexuais em Angola.
Na entrevista, o angolano Ruy Morais de Castro, hoje taxista em Campinas, conta como as mulheres de algumas tribos daquele país mutilam o clitóris para atrair os homens. A entrevista foi ilustrada por fotos tiradas pelo Castro.
O Ministério Público foi acionado pela Associação de Pesquisadores e Estudantes Brasileiros de Coimbra e pelo Fórum de Estudantes e Investigadores da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
As duas entidades argumentam que Jô fez piadas racistas e sexistas para agradar a platéia, que em vários momentos aplaudiu a entrevista.
Hoje, a embaixada de Angola no Brasil emitiu nota em que acusa o programa da TV Globo de recorrer “ao primarismo do culto ao bizarro”, dando um “colorido anormal” a tradições culturais.
Jô Soares afirmou que foi mal-interpretado e pediu desculpas a quem se sentiu ofendido, porque “não houve intenção de menosprezar nenhuma mulher do mundo”.
A entrevista foi um tanto de mau gosto – algumas fotos poderiam evitadas e alguns comentários foram, sim, jocosos. Mas carimbar Jô de racista – o que ele nunca demonstrou ser—foi um exagero das duas entidades estudantis.
Esse é um caso em que a ideologia do politicamente correto tenta cercear à liberdade de expressão.
No mais, se a mutilação do clitóris é uma tradição em algumas tribos angolanas, já passou da hora de acabar com essa barbaridade, queiram ou não os politicamente corretos. Uma barbaridade, por pertencer à tradição cultural, não é menos barbaridade.
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